segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Abrasco retoma alerta sobre impactos dos agrotóxicos na saúde

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segunda-feira, 30 Novembro, 2015 - 18:15
Depois de causar grandes discussões em 2012, a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco) publica nova edição do Dossiê sobre Agrotóxicos: um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde.
O dossiê traz um alerta à sociedade e ao Estado brasileiro. Registra e difunde a preocupação de pesquisadores, professores e profissionais com a escalada ascendente de uso de agrotóxicos no país e a contaminação do ambiente e das pessoas dela resultante, com severos impactos sobre a saúde pública. 
“Há uma corrente acadêmica que acha que a utilização do veneno em certa medida não há com o que se preocupar. Mas essa medida segura não existe. Qualquer dose é prejudicial. O mérito do dossiê foi ter tirado da invisibilidade acadêmica a questão do uso de agrotóxicos que são venenos e prejudicam em muito a saúde”, afirma Anelise Rizzolo, uma das autoras do dossiê, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (DN/FS/UnB) e integrante do Grupo Temático Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva (GT ANSC/Abrasco).
A publicação, com mais de 600 páginas, reúne as três partes revisadas do Dossiê Abrasco lançadas ao longo de 2012, além de uma quarta parte inédita intitulada “A crise do paradigma do agronegócio e as lutas pela agroecologia”.
Com dados recentes, este capítulo traz a atualização de acontecimentos marcantes, estudos e decisões políticas, com informações que envolvem os agrotóxicos, as lutas pela redução dessas substâncias e pela superação do modelo de agricultura químico-dependente do agronegócio. Esse cenário mais recente revela que a situação do país em relação aos agrotóxicos está ainda mais grave, e que a correlação de forças no campo social propicia desafios maiores.
A sociedade brasileira, resistente ao uso de agrotóxicos, tem se organizado e avança na conquista de políticas públicas importantes, como a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer e a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), bem como o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PRONARA). Este último é apontado na publicação como uma das importantes estratégias de fortalecimento da agricultura familiar e da agroecologia, essenciais para a produção de alimentos saudáveis.
Para o secretário Nacional de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrario (SAF/MDA), OnaurRuano, a agricultura familiar brasileira se mostra cada vez mais organizada e disposta a mudar esse quadro de envenenamento dos alimentos. “Hoje, dos 11.620 registros existentes no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mais de 80% são agricultores familiares”.
“Hoje temos políticas que incentivam agricultores familiares a optarem pela transição e passarem a cultivar cada vez mais alimentos de base agroecológica ou orgânicos. Isso nos dá esperança de alterar esse modo de produção destrutivo”, conclui Ruano.
Agrotóxicos no Brasil
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 64% dos alimentos estão contaminados por agrotóxicos. De acordo com dados do DataSUS, de 2007 a 2014, 3.4147 notificações de intoxicação por agrotóxico foram registradas.
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