quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Você já teve um amigo preso? Então, cuidado. O Globo pode pegar você!


Da Redação
O Globo e sua manchete pueril
O Globo e sua manchete pueril
O juiz Sérgio Moro deu à mídia nesta terça-feira (24), com todas as letras, uma notícia que foi repercutida até no Jornal Nacional (a observação tem uma explicação: o JN se especializou em espinafrar o governo), dada a sua relevância: o nome do ex-presidente Lula não figurou até o momento em nenhuma denúncia feita por testemunhas, réus ou delatores incluídos no processo da Lava-Jato. Isso, em outras palavras, significa que, embora tenha buscado aqui, ali e acolá indícios de envolvimento do ex-presidente no esquema de corrupção que envolve praticamente todos os partidos, Moro e sua equipe paladina teve que se render: o nome de Lula passou incólume. Saiba mais.

Mas eis que, na sua edição impressa de hoje (quarta-feira, 25), O Globo associa o nome de um preso ontem (terça-feira 24), no curso da Operação Lava-Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai, ao ex-presidente. Com o significativo recurso: "amigo" do ex-presidente Lula é preso e preocupa do Planalto.

Não há, na reportagem, nenhum sinal de que houve de fato uma manifestação no Planalto que respaldasse a afirmação. A preocupação ficou a cargo de quem apurou e fez a costumeira ilação em ação e reação. Mas, no rol do achismo que norteia parcela significativa da imprensa, especialmente no âmbito da política, vale tudo. Como valeu um colunista do mesmo Globo inventar que o filho de Lula havia recebido R$ 2 milhões em dinheiro ilegal de um doleiro. O próprio jornalista confessou o erro(leia aqui).

A hipocrisia é algo que assusta. Ter amigo que é suspeito de crime, portanto, é algo comprometedor. Imagina quantos e quantos brasileiros, pela ótica do Globo, podem a figurar no rol daqueles que merecem um quê de discriminação? Devem ser pouquíssimos os brasileiros que não tiveram um conhecido preso. Político então!!! Mas, como dizia o velho Roberto Marinho, aos amigos.... E é esta a guerra surda entre política e mídia! Quando ou ela, a mídia, é amiga demais. Ou raivosa na ânsia de atender demandas.

É por estas e outras que empresas jornalísticas agonizam ou mesmo morrem - com o fim de publicações. O dano correlato é a demissão de profissionais sérios. O exemplo do que jornalistas argentinos fizeram (leia aqui) já bate na porta de boa parte das redações de jornais. 

Não é tarefa fácil ser cúmplice de um mal jornalismo desta grandeza - manipulações e mentira. Como não seria para um médico ser sócio de um açougue humano.

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