domingo, 15 de novembro de 2015

À procura de uma lágrima na Globo pela tragédia em Minas Gerais

Publicado ontem às 12h00 por Breno Cunha

sandrananne
Sandra Annenberg se emocionou ao falar das vítimas de Paris
Os argumentos para defender o “Jornal Nacional”pela ampla cobertura dos atentados em Paris, na França, são diversos: “diferente de Mariana (MG), foram ataques terroristas na cidade-luz”“o povo brasileira não pode comparar tragédias”“o ser humano chegou a tal ponto que quer saber se uma tragédia é mais importante que a outra”“mimimi de quem não tem o que fazer”… A verdade é que William Bonner eRenata Vasconcellos foram traídos pelo tempo.
A grande atenção no caso da cidade europeia, com direito a quatro blocos de notícias e emoção de Sandra Annenberg durante entrada ao vivo neste sábado (14), seria absolutamente inquestionável e de forma alguma exagerada não fosse um detalhe: com o rompimento de uma barragem em Mariana, Minas Gerais, não se viu tamanha movimentação. Por que os âncoras titulares não foram escalados para o plantão do último dia 7, 48 horas depois da tragédia? Não se trata de comparar tragédias, buscar a que mais importa ou minimizar dores – cada país com o terrorismo cultiva -, mas de se fazer justiça.
No momento em que a principal emissora do país decide dar atenção infinitamente maior a uma tragédia que aconteceu a milhares de quilômetros de terras brasileiras, na nossa realidade, que por si só é um terrorismo cotidiano, uma cidade está debaixo da lama, um rio foi completamente destruído, uma população inteira está sem água e outra barragem ainda maior ameaça se romper, há de se perguntar quais são os critérios de Bonner e Cia?
Afinal, somos todos Paris, todos Mariana, mas será que as vítimas de Minas não mereciam uma lágrima ao vivo na programação da Globo? Perguntar não ofende.
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Responsável pela editoria de Famosos do RD1Breno Cunha opina sobre televisão e outros assuntos neste espaço. Fale com ele: breno@rd1audiencia.com

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