quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ativista indiana se surpreende com políticas públicas brasileiras

COMIDA DE VERDADE

Vandana Shiva afirma que será embaixadora da habilidade do Brasil em superar a fome e a desnutrição
Publicado04/11/2015 10h44,
Foto: Roberto Stucker Filho/PR
Brasília – A ativista ambiental e ecofeminista da Índia, Vandana Shiva, confessa estar surpresa com o que descobriu no Brasil sobre políticas públicas para combater a fome e a miséria. Segundo ela, o mundo precisa saber mais sobre como o país conseguiu superar esse desafio de forma tão espetacular. Ela está no Brasil para participar da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que foi aberta na terça-feira (3), pela presidenta Dilma Rousseff.
Vandana diz que é impressionante como o desafio de vencer a fome mobilizou a sociedade civil, os produtores rurais e os produtores familiares, o que deu qualidade ao conteúdo do programa. Ela se surpreendeu com “a habilidade do país em superar a fome e a desnutrição”. “Essa mensagem precisa ser muito mais óbvia e eu serei uma pequenina embaixadora a espalhá-la.”
Ela chama a atenção para um segundo aspecto que considera poderoso: o fato de o programa brasileiro não ser fragmentado, como geralmente ocorre nos movimentos e mesmo na burocracia dos governos. “O Brasil conseguiu envolver diferentes ministérios para trabalharem juntos no enfrentamento do desafio da fome e da desnutrição. E usar a atual crise para criar novos modelos de parceria com a sociedade”, explica. “É isso que os movimentos com os quais trabalho estão demandando em todo o mundo.”
Vandana Shiva trabalha em movimentos pela segurança alimentar na Ásia, África e América do Sul. É diretora da Research Foundation for Science Technology and Ecology de Nova Déli, na Índia. Na década de 1970, participou do chamado Movimento das Mulheres de Chipko, que adotou a tática de se amarrar às árvores para impedir sua derrubada e o despejo de lixo atômico na região. Uma das líderes do International Forum on Globalization, Shiva ganhou em 1993 o Right Livelihood Award, o Prêmio Nobel da Paz alternativo.
A ativista ambiental indiana acredita que a agroecologia é a única forma de empoderar as comunidades e que as mulheres devem ter uma posição destacada neste processo. “Afinal de contas, as mulheres produzem alimentos para as famílias e as crianças. As corporações produzem pelo lucro, elas não se importam se o alimento é nutritivo ou não, se é saboroso ou não. Se é seguro ou não. As mulheres se importam. Por isso, precisamos trazê-las de volta ao processo de criação da comida.”
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