Um trecho de mais de seis mil metros do rio São Francisco que corta Xique-Xique, no semiárido baiano, teve suas margens recuperadas e também as condições de navegação, ajudando a melhorar o transporte fluvial nesta região do Médio São Francisco. A constatação é da equipe responsável por ações socioambientais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) que, a bordo de botes do Exército Brasileiro, supervisionou o projeto Ilha da Tapera e deu por encerrado o trabalho desenvolvido em parceria ao longo de três anos.
“As obras e serviços cumpriram perfeitamente ao que estava previsto na cooperação entre a Codevasf e o Exército Brasileiro”, atestou o gerente de Empreendimentos Socioambientais da Codevasf, Fabrício Líbano, que inspecionou as obras concluídas juntamente com o chefe da Unidade de Conservação da Água, Solo e Recursos Florestais da Codevasf, Círio José Costa, mais a equipe do Exército Brasileiro liderada no local pelo tenente-coronel Ronaldo Reis, comandante do 7º Batalhão de Engenharia de Combate, de Natal (RN).
Os investimentos foram de aproximadamente R$ 16 milhões, recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no âmbito do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
As ações compreenderam serviços de cercamento de áreas de preservação permanente, instalação de trincheiras e defletores, realização de taludamento de margens (processo que consiste na suavização do grau de inclinação da margem), revestimento com biomanta (estrutura que protege o solo composta por fibras vegetais), implantação de acessos de animais a aguadas (com o objetivo de evitar que os animais alcancem o rio em qualquer ponto da margem) e recomposição florestal com mudas de espécies nativas – dentre as quais estão juá merim, canafístula, muquém, coronha, unha de gato, calumbi, são joão, capim cabeludo e nabo forrageiro.
“A regularização do talude objetiva evitar o desmoronamento dos barrancos que faz com que sedimentos sejam lançados no rio comprometendo o calado que permite a navegação”, explica Fabrício Líbano. Já os defletores, construídos ao longo da margem do São Francisco, são estruturas cuja função é absorver o impacto da correnteza e redirecionar o fluxo da água para o centro do rio, evitando a erosão, acrescenta ele.
O trecho que contou com as intervenções tocadas em parceria entre a Codevasf e o Exército é percorrido por comboios que transportam a produção agrícola do Oeste baiano, sobretudogrãos, entre Ibotirama, no Médio São Francisco, até Juazeiro, Submédio São Francisco baiano.
“Essa cooperação entre Codevasf e Exército Brasileiro em benefício do rio São Francisco tem sido profícua e enriquecedora para as duas instituições”, afirma o presidente da Codevasf, Elmo Vaz. “Além de ser uma ação com resultados ambientais extremamente positivos, ela trouxe para os engenheiros e técnicos do Exército envolvidos na execução a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos acerca das características peculiares desse rio que tem uma importância estratégica para o país”, acrescentou.
De acordo com Círio José Costa, entre as ações necessárias para a revitalização destacou-se a revegetação de margens com o plantio de espécies nativas. “Essa intervenção teve como finalidade estabilizar as margens do rio e evitar a queda de barrancas, prevenindo, assim, a deposição de sedimentos e o assoreamento do rio. Isso promove melhorias no canal de navegação e preserva o meio ambiente”, observa.
Segundo o tenente-coronel Ronaldo Reis, comandante do 7º Batalhão de Engenharia de Combate, de Natal (RN), unidade do Exército responsável pelas ações, a área revitalizada era constantemente afetada por processos erosivos. “Neste trecho crítico o rio se tornava cada vez mais largo e menos profundo, tendo em vista o desmoronamento do solo da margem e a deposição desse material no leito”, afirma.
“O trabalho realizado pelo Exército Brasileiro teve como missão recuperar o solo de talude acentuado, executando serviços de terraplenagem, suavizando sua inclinação, estabilizando as margens com a implantação de defletores e realizando o replantio de mudas de espécies nativas da região – recompondo, assim, a cobertura vegetal no trecho. Com isso, os solos se tornaram menos expostos às ações erosivas da água e adquiriram mais estabilidade”, disse o tenente-coronel.
Ano Internacional dos Solos
O uso sustentável do solo é fundamental para melhorar a oferta de água nas bacias hidrográficas, prevenir enchentes, acelerar a produção de alimentos e preservar a biodiversidade. Neste ano de 2015, declarado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) como o “Ano Internacional dos Solos”, a Codevasf segue investindo na preservação, na recuperação e no controle de processos erosivos em municípios de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí e Ceará.
Segundo a FAO, a América Latina e o Caribe têm as maiores reservas de terras cultiváveis do mundo e, por isso, a preservação e a recuperação dos solos são necessárias para que a região alcance a meta de erradicação da fome.
As ações da Codevasf atingem uma área de 945 mil km² nas bacias dos rios São Francisco e Parnaíba, e afetam, direta ou indiretamente, uma população de aproximadamente 23 milhões de habitantes. Desde 2011, estão sendo investidos R$ 202 milhões em controle de processos erosivos no âmbito do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
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