247 - Principal telejornal do País, muito embora sua audiência esteja em franco declínio, o Jornal Nacional escancara sem pudor sua parcialidade contra ou favor de entes políticos ou doutrinas ideológicas. No sentido inverso ao tratamento espetacular que costumeiramente dá às denúncias envolvendo o PT, a abordagem conferida à grave constatação de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tentou achacar uma empresa fornecedora da Petrobras é de uma amabilidade suspeitíssima.
A colunista da Rede Brasil Atual Helena Sthephanowitz foi de uma felicidade retumbante (e essa é certamente uma das razões da dèbacle do telejornal global) ao analisar que o JN se comporta como uma assessoria de imprensa de luxo do deputado fluminense
(leia aqui).
A cobertura que o noticioso comandado por William Bonner em relação à denúncia contra Cunha é vergonhosa. Naquele que representou o fato político mais importante da semana, na quarta-feira (6) foi cumprido mandado de busca e apreensão no gabinete do presidente da Câmara. A diligência foi pedida por ninguém menos do que oprocurador-geral da República, Rodrigo Janot, e autorizada pelo não menos importante ministro Teori Zavascki, do STF, dentro do inquérito que investiga o suposto envolvimento de Cunha na Operação Lava Jato.
Impressionantemente, constata Helena, o Jornal Nacional inverteu seu enfoque: “Colocou como protagonista da notícia não o fato, mas a defesa de Cunha, a começar pelo título ‘Presidente da Câmara classifica busca de documentos desnecessária’. O texto sucinto, bastante ameno, foi apenas lido batido pelo apresentador William Bonner, sem infográficos explicativos que contextualizem os fatos, sem imagens da operação de busca, sem declarações de viva voz de Cunha, nem de nenhum membro do Ministério Público. Completamente diferente de como são noticiadas outras ações da Operação Lava Jato quando os alvos foram pessoas ligadas ao PT.”
Compreende-se que o tratamento desequilibrado dado pelo JN às notícias, especialmente àquelas que envolvem uma e outras tendências políticas, reflete uma orientação clara das Organizações Globo para todos os seus veículos de notícia. Começou pela revista Época, com sua tentativa insana de criminalizar o ex-presidente Lula. Agora, decidiu orientar seu noticioso mais popular a abandonar a sutileza e embarcar na completa desmoralização.
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