sexta-feira, 8 de maio de 2015

Um pedido de desculpas ao Ministério Público Federal


Devo um pedido de desculpas ao Ministério Público Federal por ter imputado a ele responsabilidade na fraude jornalística perpetrada pela revista Época - com as supostas denúncias sobre lobby de Lula para que a Odebrecht competisse em empreendimentos na África.
A responsabilidade exclusiva foi de um procurador exibicionista, atuando isoladamente, que juntou recortes de jornais para estabelecer ilações sem provas envolvendo um ex-presidente da República.
Cabe à corporação inibir esses arroubos de seus membros que comprometem a imagem do poder como um todo. Mas não há como recusar uma representação.
Recebida a representação, sorteia-se o procurador que irá analisá-la. Coube à procuradora Mirella Aguiar proferir um juízo que poderá vir a se constituir em um novo padrão de tratamento do MPF aos factoides da mídia: denúncia de mídia, sem acompanhamento de provas, equivale a uma denúncia anônima.
Revejo também a questão da lista tríplice.
Mantenho as críticas contra a estratégia de comunicação da Lava Jato e o show midiático.
Mas quando parlamentares ameaçam convocar o Procurador Geral da República em uma CPI para intimidá-lo nas investigações que conduz contra os suspeitíssimos presidentes da Câmara e do Senado, não é hora de enfraquecer o PGR.
Os arroubos de Renan Calheiros, ameaçando novas sabatinas com Ministros do STF é desespero puro de quem teme ser preso.
Nesse momento em que o país se torna refém do que de pior o parlamento produziu, o único contraponto visível é a investigação do MPF. Que os procuradores tenham sabedoria de moderar o show e prosseguir nessa guerra.

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