segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Folha e Globo dão aula de como não fazer jornalismo

Da Redação

Dois pesos, duas medidas na Folha
Dois pesos, duas medidas na Folha
Há um mês o colunista Lauro Jardim estreia no jornal O Globo trazendo uma "bomba" na capa. Fábio Luis Lula da Silva, o filho do ex-presidente Lula, teria sido citado pelo lobista e delator da Lava-Jato, Fernando Baiano, como alguém que recebeu R$ 2 milhões de maneira ilegal para pagar contas pessoais. Escândalo? E ponha escândalo nisso. O acusado negou, Lula reagiu afirmando se tratar de perseguição enquanto a oposição se divertia. Três semanas depois, O Globo, na sua capa, desmente a notícia: o filho de Lula jamais foi citado por testemunha alguma. Mas será que o Direito de Resposta foi suficiente?

E isso não é só: a Folha de São Paulo, que ao lado do Globo manteve relações carnais com a Ditadura Militar, também chocou leitores mais antenados no fim de semana. Em uma mesma página, onde falava sobre o recebimento pelos ex-presidentes Lula e FHC de recursos pagos pela Construtora Odebrecht, a edição praticamente condena Lula e minimiza claramente o efeito da notícia sobre FHC. 



O nome maculado e a reparação na capa
O nome maculado e a reparação na capa  




Piadas na rede


A página, com as devidas observações técnicas, próprias de um Manual do Jornalismo viralizou na internet e foi apontada como um material deprimeira linha para aulas de estudanes - ensinar, logicamente, como não se deve fazer. Fato é que não há, a princípio, crime em nenhum dos pagamentos feitos pela Odebrecht aos ex-presidentes. No caso de FHC, o recurso foi distribuído e devidamente registrado. O mesmo ocorre no que diz respeito a Lula. Os valores foram contabilizados e justificados como pagamento por palestras realizadas no Brasil e no exterior. E por que publicaram? A pergunta pode ser respondida com outra pergunta: por que não publicariam algo que maculasse a imagem de Lula?

Mas piadas à parte, como o uso do material nas universidades, o fato é que fica cada vez mais claro que os jornais tem razão ao temerem a volta do Direito de Resposta. As artimanhas utilizadas, que colocam políticos reféns de seus interesses empresariais, estariam seriamente ameaçadas. Lauro Jardim, que veio da Veja, revela subjetivamente que ao mudar para o Globo levou algo mais do que as reconhecidas fontes de informação. Os vícios também. Mas será que carecia?

O estardalhaço da coluna de estreia faz a reparação parecer nada
O estardalhaço da coluna de estreia faz a reparação parecer nada  


Conjunto da obra: todas as edições
Conjunto da obra: todas as edições  

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