segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Jovem tem mais apoio para permanecer no campo

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quinta-feira, 25 Fevereiro, 2016 - 16:15
Foi-se o tempo em que os jovens do campo contavam os dias para deixar o meio rural e ir para a cidade. Hoje, com o acesso à tecnologia e a diversas formas de incentivos que recebem do governo federal, eles preferem ficar na propriedade e dar sequência ao trabalho dos pais. Daiana Benin é um exemplo. Aos 25 anos ela nunca arredou os pés da propriedade da família, que fica no município de Marau (RS). Lá ela nasceu, foi criada, trabalha e pretende ir muito mais longe.
Juntamente com a família, Daiane Benin é produtora de leite e cria aves. Para impulsionar a produção, por meio do programa Mais Alimentos do MDA, ela financiou uma sala de ordenha. Hoje, o serviço que era manual, é feito de forma mecânica com um sistema de leite canalizado que vai direto para o resfriador. Mais higiênico, mais rápido e produtivo.  Ao todo foram investidos R$ 45 mil, que serão pagos em dez anos.
Com o investimento, a produção dobrou e, hoje são quase sete mil litros de leite, por ano. A família de Daiane possui 35 cabeças de gado, na propriedade de 40 hectares, onde também plantam milho e soja. Todo leite produzido é comercializado por meio de uma cooperativa. E Daiane quer ir além. “Eu quero crescer na produção de leite”, destaca ao falar que até já foi ao banco para se informar a respeito das linhas de crédito que pode acessar.  A jovem agricultora conta que nunca se arrependeu de ficar no campo e afirma gostar de uma vida mais tranquila.
Outro, e determinante fator, para ela permanecer no meio rural foi que o pai já está com idade avançada e precisava de ajuda. Segundo Daiana, ele foi o primeiro a incentivar os projetos dela. “Ele achou muito bom. Ele já estava desistindo, pois não ia ter ninguém para tocar as coisas”, comenta a jovem ao falar que quando ela decidiu ficar, o pai resolveu investir mais na produção. “Quando resolvi ficar, ele me incentivou muito e também buscou linhas de crédito, para que a gente pudesse tocar tudo junto”, diz a jovem produtora que planeja, em breve, retomar os estudos e cursar uma faculdade.
Para os jovens que têm dúvidas se permanecem no meio rural, Daiane recomenda que fiquem. “Meu conselho é de que continuem e invistam no campo. É rentável e dá para viver muito bem, e ainda temos acesso a incentivos”, assegura.
Incentivos
Hoje, os jovens que decidem ficar no campo contam com o apoio do governo federal. Desde o Plano Safra da Agricultura Familiar 2014/2015,  eles possuem maior acesso ao crédito do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). O número de operações permitidas aumentou de uma para três. O limite é de até R$ 15 mil por contrato (totalizando R$ 45 mil). Os encargos financeiros são de 1% ao ano, o prazo de pagamento é de até 10 anos e até cinco de carência.
Outro incentivo, é a linha de crédito Nossa Primeira Terra (NPT), do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) . Com juros de 1% ao ano e um prazo de até 35 anos para pagar a terra, a linha é uma alternativa para o acesso à terra. Ela é destinada a jovens, com idade entre 18 e 29 anos, filhos de agricultores familiares e/ou provenientes de escolas agrotécnicas e centros familiares de formação por alternância, que queiram viabilizar o próprio projeto de vida no meio rural.
Além disso, os jovens do meio rural, a partir de 2013, passaram a ter direito a 5% dos lotes da reforma agrária em todo o Brasil. Com isso, o governo assegura, nos assentamentos com vinte lotes ou mais, a permanência (ou o retorno ao campo) de jovens trabalhadores rurais solteiros até 29 anos, residentes ou com origem no meio rural. A juventude rural representa 39% do público da reforma agrária.
Formação agroecológica
Para estimular ainda mais a juventude rural, em 2014, o governo criou o Programa de Fortalecimento da Autonomia Econômica e Social da Juventude Rural.  A iniciativa reúne diversas ações interministeriais para melhorar a vida dos jovens brasileiros que vivem no campo. Pelo acordo, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) fica responsável pela Formação Agroecológica e Cidadã de Juventudes do Campo, em uma parceria entre o Ministério e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com ênfase nas regiões Amazônica e Semiárida.

Adolfo Brito
Ascom/MDA
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