Redação Portal IMPRENSA | 16/10/2015 09:30
O jornalista e empresário José Hawilla, um dos principais pivôs do escândalo de corrupção envolvendo a Fifa, revelou em audiência à Justiça americana como pagou propinas por 20 anos para ficar com contratos. Ele também fez um acordo com as autoridades do país, devolveu R$ 575 milhões e denunciou Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.
Crédito:Reprodução
Jornalista entregou esquema de corrupção e cartolas da CBF para o FBI
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Hawilla, que prestou depoimento em 12 de dezembro do ano passado a um juiz de Nova York, disse que as propinas eram necessárias para garantir contratos de direitos de marketing à Traffic. O jornalista admitiu ser "culpado" pelas acusações, apontou que o pagamento das propinas começou em 1991 e que a CBF recebeu parte do suborno.
Em 1991, na Copa América, um dirigente associado à Fifa e sua federação Conmebol, pediu a Hawilla propina para assinar o contrato. "Eu precisava do contrato por que eu havia assumido compromissos futuros. Apesar de eu não querer, eu concordei em pagar a propina àquele dirigente", alegou. Depois disso e até o ano de 2013, outros dirigentes do futebol adotaram a ação.
"Eu concordei em pagar propinas para contratos para a Copa América, a Golden Cup, para a Copa do Brasil e para o acordo de patrocínio para a seleção brasileira", revelou o empresário, segundo a transcrição da audiência obtida pelo Estadão.
Depois de detalhar o esquema, Hawilla reconheceu o crime e se desculpou. "Eu sabia que essa conduta era errada. Me arrependo muito e peço desculpas pelo que fiz", afirmou. O jornalista fez um acordo de cooperação com a Justiça dos EUA em março de 2014 e, de acordo com os documentos, ele concordou em devolver US$ 151 milhões obtidos em receita somente em dois anos — 2012 e 2013. Ele ainda venderia sua participação na Traffic.
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