sábado, 17 de outubro de 2015

Pesquisa indica que quem não usa o sistema público de saúde idealiza um serviço ruim



Adital
A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), a partir da divulgação de uma pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM), que avalia a saúde no Brasil, aponta que o serviço avaliado como ruim pode derivar de um desconhecimento da "parte boa" do Sistema Único de Saúde (SUS). Na pesquisa, 54% apontaram como ruim o serviço oferecido pelo Sistema, que foi avaliado por 2.069 entrevistados.
As reclamações, que vão desde a dificuldade de agendamento de consultas até a falta de médicos, apontam as deficiências do SUS. Mas, por um lado, a Atenção Primária à Saúde, pouco conhecida pela população e não avaliada especificamente pela pesquisa, atende aos pacientes de acordo com os conceitos da Medicina como acompanhamento médico, e integra ações para a prevenção e tratamento de doenças. Além de melhorar a qualidade de vida da população dentro do programa Estratégia de Saúde da Família.
Para Rodrigo Lima, diretor de Comunicação da SBMFC, muitas pessoas que não utilizam o sistema não conhecem a parte que funciona do SUS e têm uma visão equivocada, principalmente pelas matérias que circulam na mídia. Estas mostram apenas o lado que não funciona e isso causa grande impacto na opinião pública. Uma prova é um tópico da pesquisa que indica que quem tem plano de saúde são os mais críticos.
"Não estamos no sistema de saúde pública ideal para se atender à toda a demanda da população; infelizmente, a maioria dos serviços de Atenção Primária do SUS ainda não conta com médicos de família, sendo que o fundamental é que todo brasileiro tenha um médico para chamar de seu, para acompanhá-lo ao longo da vida e prevenir problemas de saúde, que podem ter sérias consequências. O médico de família, em uma Unidade Básica de Saúde pode, solucionar 85% dos problemas de saúde dos pacientes atendidos, o que evita a indicação para outra especialidade e inibe as filas, não só de consultas, mas também de pronto-atendimentos e também exames, que são feitos desnecessariamente”, completa Lima.
Quem é o médico de família e comunidade (MFC)?
A Medicina de Família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a Cardiologia, Neurologia e Ginecologia, por exemplo. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade, no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes, antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias.
Deve ser um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza uma abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente, há, no Brasil, cerca de 3.200 médicos com título de especialista em Medicina de Família e Comunidade.

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