terça-feira, 28 de julho de 2015

Assentamento em Viamão realiza experimentos com cultivares de mandioca e batata-doce

Publicado dia 28/07/2015
Fotos: Paulo Lanzetta/Embrapa Clima Temperado
Com uma Unidade de Beneficiamento de Vegetais em operação, agricultores do assentamento Filhos de Sepé, em Viamão (RS), buscam qualificar a produção de mandioca. Para tanto, a equipe de assistência técnica da Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos (Coptec), pesquisadores da Embrapa Clima Temperado e as famílias organizaram experimentos em uma Unidade de Demonstrativa. Os resultados foram apresentados em Dia de Campo realizado no início do mês (09).
Na área da família Bastos, 15 cultivares de mandioca foram plantados no ano passado. Das variedades, 13 vieram de uma propriedade familiar do município de Vera Cruz, enquanto as outras duas já eram comuns no assentamento. Foram feitos registros de características de cada variedade em relação a dados de campo (peso médio, peso comercial, porcentagem de aproveitamento comercial, facilidade de arranque), dados de agroindústria (facilidade de descasque, peso total, peso líquido, porcentagem de aproveitamento na agroindústria, tempo de cozimento), e análise sensorial (sabor, presença de fibra, coloração e consistência). Além de apresentar e analisar os resultados, os agricultores degustaram as variedades.
O produto já passa pela Unidade de Beneficiamento de Vegetais administrada pela Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Reforma Agrária de Viamão (Coperav) - que processa a mandioca e comercializa higienizada e congelada via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A ideia é aproveitar os dados destes 15 cultivares para qualificar ainda mais a produção.
Batata-doce
Outro cultivo, que não é beneficiado, mas que tem boa comercialização in natura e que também foi abordado no Dia de Campo é a batata-doce. O agricultor Leonildo Zang relatou a experiência em seu lote, que recebeu três variedades da Embrapa. “É muito fácil fazer a muda”, relata Zang. “As folhas apresentam uma gema, basta colocar em copo de água e transplantar depois de uns quatro, cinco dias. Em 15 dias já tem muda”. As plantas já foram replicadas para cerca de 50 agricultores do assentamento.
No lote de Zang, a que melhor se adaptou foi a variedade BRS Amélia. “É amarela, muito gostosa. Produz bem e é bem acessível”, relata o agricultor, que pesquisou e descobriu a riqueza nutricional da batata-doce. “E dá para fazer uma variedade de coisas, assada, recheada, frita”, enumera.
Para a engenheira agrônoma da Coptec, Dayana Mezzonato Machado, o Dia de Campo foi relevante não apenas do ponto de vista de qualificação da produção para comercialização. “É fundamental selecionar algumas cultivares para os nossos interesses comerciais, mas é igualmente importante sermos guardiões das sementes de maneira geral, defendendo a produção de alimentos e a nossa agrobiodiversidade”, afirma. O assentamento vai continuar com os experimentos.
O encontro também contou com a participação de representantes do Instituto Federal Rio Grande do Sul (IFRS/Viamão), Emater, aldeia indígena do Cantagalo, Cooperativa dos Trabalhadores assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), Coptec/Nova Santa Rita, Coptec/Eldorado do Sul e da Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas (Comafitt).

Ascom Incra/RS
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