quarta-feira, 29 de julho de 2015

Brasileiros gostam dos árabes, diz pesquisa

Levantamento encomendado pela embaixada de Omã mostra que a maioria tem opiniões positivas sobre os árabes e descendentes que vivem no Brasil, e sobre os países da região.



São Paulo – Uma pesquisa encomendada pela embaixada de Omã em Brasília mostra que os brasileiros têm visões positivas dos árabes e descendentes que vivem no Brasil, e dos países árabes. O levantamento realizado pela empresa H2R Pesquisas Avançadas foi apresentado na noite de segunda-feira (28) durante cerimônia de lançamento do festival Dias Culturais Omanis no Brasil, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.
Sérgio Tomisaki/ANBA
Hannun: árabes têm imagem muito simpática
Foram entrevistadas 741 homens e mulheres de diversas idades, diferentes perfis socioeconômicos e de todas as regiões do País. Outras 129 pessoas falaram mais detalhadamente a respeito de suas percepções sobre as nações árabes.

Segundo a pesquisa, a maioria dos entrevistados qualificou os árabes que vivem no Brasil como trabalhadores (97%), respeitadores (93%), criteriosos (92%), empreendedores (91%), cultos (91%), estudiosos (90%), inteligentes (89%), éticos (89%), boa gente (88%), alegres (86%), amigos (85%), honestos (85%), confiáveis (80%), mão fechada (72%), extrovertidos (57%), modernos (57%) e emotivos (54%).

“A imagem do árabe para o brasileiro é muito boa, muito simpática. A maioria dos itens colocados para os árabes são positivos”, disse Rubens Hannun, presidente da H2R e vice-presidente de Comércio Exterior da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. “Até que são ‘pão duros’, que é uma tradição”, acrescentou ele, arrancando risos da plateia do teatro.

Outras descobertas do levantamento mostram o grau de integração da comunidade árabe na sociedade brasileira. Embora 75% dos entrevistados tenham dito que os árabes e descendentes preservam características de seus países de origem, 88% afirmam que eles gostam do Brasil, 82% que são considerados brasileiros de fato e 79% que estão bem integrados à sociedade local.

A grande maioria respondeu também que aceitaria um árabe ou descendente em sua família, participando de sua vida profissional, de seus negócios e de seu convívio social.
Sérgio Tomisaki/ANBA
Evento teve desfile de moda omani
Sobre a influência dos árabes no Brasil, 57% responderam que eles contribuíram para o comércio, 42% para a gastronomia, 21% para a economia, 11% para a área da saúde e 11% para as artes. Nesse sentido, Hannun lembrou, por exemplo, que há muito tempo os brasileiros comem pratos árabes no dia a dia, como quibes, esfihas e tabule.

“Pouca gente lembra de itens negativos como extremismo, guerras e terrorismo”, disse o executivo. No entanto, 65% dos entrevistados responderam que os árabes sofrem algum tipo de preconceito por motivos como cultura, aparência física e religião. O dado curioso é que os brasileiros acham que a comunidade árabe no País é majoritariamente muçulmana, quando na verdade é predominantemente cristã.

A pesquisa revela ainda que 68% dos entrevistados gostaria de visitar algum país árabe, sendo que as nações mais lembradas são Arábia Saudita, Iraque, Egito, Síria e Líbano.

No imaginário dos entrevistados pairam desde imagens bucólicas do deserto até os arranha-céus das modernas metrópoles do Golfo, além da religiosidade do povo, a arquitetura e a culinária, mas aparecem conceitos negativos também como fanatismo religioso e desigualdade de gênero.

“No fundo esta pesquisa é um relato da presença árabe feito por brasileiros”, disse Hannun à ANBA. “Ela conta que os árabes vêm de países que [os entrevistados] gostam - que seduzem -, países com riquezas naturais e culturais importantes, e admirados pela modernidade”, acrescentou.

Segundo ele, o levantamento conta também que, na visão dos entrevistados, os imigrantes árabes chegaram ao Brasil, criaram raízes, contribuíram para o desenvolvimento do País, mas não perderam sua herança cultural, embora tenham se integrado e se tornado brasileiros.

Para Hannun, o fato da grande maioria dos entrevistados ter dito que aceitaria um árabe em seus círculos mais íntimos “mostra como é muito forte esta ligação”. A comunidade de origem árabe no Brasil é estimada em mais de 10 milhões de pessoas.

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