terça-feira, 28 de julho de 2015

Fomento à produção da reforma agrária na 14ª Jornada de Agroecologia do Paraná

Publicado dia 27/07/2015

Partilha de ideias, práticas e experiências agroecológicas: este foi o tom da 14ª Jornada de Agroecologia do Paraná, que aconteceu entre os dias 22 a 25 de julho, no município de Irati (PR), a 153 km de Curitiba. Com o tema Terra Livre de Latifúndios, Sem Transgênicos e Sem Agrotóxicos, o evento promovido por movimentos sociais reuniu cerca de 4 mil participantes vindos de diversas regiões do Brasil e de outros dez países.

Na programação, oficinas técnicas, palestras e conferências com a temática da agroecologia como alternativa principal ao agronegócio e oportunidade de garantia ao cidadão brasileiro da alimentação saudável, bem como meio de diversificação da produção agrícola, com preservação do meio ambiente e oferecendo aos pequenos produtores o autossustento das suas famílias. As discussões se desenvolveram no âmbito das dimensões da produção, cooperação, agroindustrialização e comercialização solidária e institucional.

Durante o evento, o superintendente do Incra/PR, Nilton Bezerra Guedes, assinou o Plano de Distribuição de Sementes, acordado com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para distribuição de 2.500 sacos de 20 kg sementes de milho crioulo caiano em assentamentos. A produção, adquirida através da organização fornecedora (Copran) será distribuída em assentamentos de todo o estado do Paraná, especialmente das regiões Norte e Sudoeste.

“A distribuição de sementes é um momento já tradicional da Jornada de Agroecologia, simboliza a partilha e contribui para diminuir a vulnerabilidade social e alimentar das famílias, fomentando ainda a produção de matriz agroecológica”, explica Guedes. Na Jornada foi realizada a distribuição de 450 sacos para produtores assentados do município de Rio Bonito do Iguaçu. Os demais 2.050 sacos de sementes serão distribuições ainda neste mês de julho para serem semeadas com acompanhamento e assistência técnica do Incra.

Outro momento já tradicional no evento é o ato político que, nesta edição, excepcionalmente, aconteceu na noite da sexta-feira (24), com a presença de diversas autoridades, entre elas o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, e o presidente substituto do Incra, Leonardo Góes.

Na ocasião, o ministro assinou contrato do Programa Terra Forte com a Cooperativa de Reforma Agrária e Erva Mate (Coopermate), que tem sede em Santa Maria do Oeste (PR). Ao todo, a Coopermate vai receber mais de R$ 2,6 milhões para ampliar e modernizar a agroindústria de erva mate e mix de chás para infusão. A iniciativa vai beneficiar 536 famílias e mais de 2 mil assentados da reforma agrária.

Durante seu discurso, Patrus Ananias leu uma carta da presidente Dilma Rousseff, que não pôde comparecer ao evento devido a problemas climáticos que impediram o pouso da aeronave oficial. “Infelizmente o mau tempo impediu que hoje eu estivesse aí com vocês celebrando o sucesso da 14ª Jornada de Agroecologia. O trabalho de vocês é exemplo de que a produção agroecológica é viável, lucrativa e competitiva. Além de gerar renda para suas famílias, vocês contribuem para alimentar uma nação: o nosso Brasil”, dizia a mensagem.

O ministro reforçou ainda o seu compromisso de assentar todas as famílias acampadas do Brasil até o final de 2018 e defendeu o direito à moradia. “Não podemos aceitar a especulação imobiliária ou fundiária prevalecer sobre o direito a moradia, sobre o direito humano à alimentação”, afirmou.

Experiências em assentamentos
A 14ª Jornada de Agroecologia foi palco para diversas experiências de agricultores da reforma agrária que puderam expor suas produções em uma feira agroecológica. Antonio Mariano Santos, do assentamento José Alves Pereira, em Santa Cruz de Monte Castelo (PR), é um dos exemplos de que a produção livre de agrotóxicos é promissora na preservação dos recursos naturais e perfeitamente viável do ponto de vista econômico.

Produtor de açúcar mascavo orgânico, seu Antônio produz uma média de 200 kg de açúcar por mês, além de 150 kg de rapadura e melado. “Tudo puro, sem mistura”, garante. Além do açúcar mascavo, no lote da família também há criação de galinha caipira e são produzidos diversos tipos de hortifrutis, sendo que o excedente de batata-doce e pimenta malagueta é comercializado para os mercados da região.

Todos os membros da família – esposa e três filhos adolescentes – trabalham na produção e se sustentam da renda que é gerada: uma média de R$ 3.500,00 mensais. Com a experiência bem-sucedida, seu Antonio já pensa em ampliar a produção: está preparando mais 2 hectares de cana-de-açucar para complementar os 2,5 hectares já cultivados. Pretende ainda incrementar a renda com a construção de um tanque de peixe, no qual ele planeja iniciar a produção já no próximo verão.

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