QUA, 29/07/2015 - 00:05
ATUALIZADO EM 29/07/2015 - 01:00
De onde virá o novo? Dificilmente de Dilma Rousseff, que não consegue vencer o medo. Menos ainda de Aécio Neves, um moleque político. Nem de José Serra, um político que hibernou no início dos anos 90 e acordou no século 21 sem nada ter aprendido sobre gestão, inovação, políticas sociais, projetos de desenvolvimento. Lula já deu o que tinha que dar, com suas políticas de inclusão. E Fernando Henrique Cardoso não dá o que nunca teve para dar.
No entanto, há um país em construção, com roteiro pronto e acabado para quem conseguir desvendá-lo.
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Ao contrário de outros tempos, o novo não está debaixo de um partido político, nem de uma liderança providencial. Tornou-se muito grande e complexo para se enquadrar em parâmetros ideológicos, seja do neoliberalismo selvagem, seja do intervencionismo ululante.
O moderno está distribuído em um sem-número de organizações privadas, empresas, movimentos sociais, políticas públicas, em iniciativas civilizatórias que lograram avanços substanciais nos últimos anos, vencendo a maré do conservadorismo atávico nacional.
É um país que registrou avanços em todos os setores, dos movimentos empresariais pela inovação às organizações sociais, de agricultores a catadores de lixo.
Esses movimentos estão encobertos, de um lado, pela inapetência política do governo, e do outro pelo golpismo da oposição.
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Os novos personagens serão, acima de tudo, conciliadores e pragmáticos - sem perder o foco dos princípios.
Dias atrás foi resolvida uma questão que se arrastava há décadas: uma legislação sanitária diferenciada para pequenos produtores rurais, sem submetê-los às mesmas exigências das grandes indústrias. Esse avanço foi possível graças à confluência de interesses dos Ministros Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário, e Katia Abreu, da Agricultura, ambos empenhados em criar uma classe média agrária.
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No Ministério das Pequenas e Micro Empresas, um político conservador, como Afif Domingos, cumpre um papel relevante, de defesa dos pequenos empresários. E no Ministério de Desenvolvimento Social, uma Ministra empenhada, como Tereza Campello, procura transformar excluídos em pequenos empreendedores.
No âmbito privado, a MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação) mantém o ritmo, transformando o enorme acervo de consultores em gestão em arautos da inovação para pequenas e médias empresas. E o Sebrae trabalha na formatação de cadeias produtivas de pequenos e micro empresários em torno dos grandes grupos que aderiram ao MEI.
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Por se moverem em um ambiente de inércia, no entanto, comprovam que as grandes linhas estão dadas. Mesmo sem a partitura da orientação presidencial, tocam de ouvido. Quando a direita - de Katia Abreu e Afif - encontra-se com a esquerda - de Patrus e Tereza -, ambos representam a mesma demanda, de abrir espaço para os pequenos poderem crescer.
A democratização de oportunidades, o fortalecimento dos pequenos, só acontece em sociedades que amadureceram propostas e organizações modernas.
Passarão a Lava Jato e o golpismo de Aécio, os escândalos da Petrobras e a inércia de Dilma. Mas o país moderno não será vencido pela rebelião dos bestificados.
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