quinta-feira, 30 de julho de 2015

Parceria que desenvolve o Semiárido

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quinta-feira, 30 Julho, 2015 - 15:30
Foto: Ascom/MDA
Para conhecer as tecnologias e projetos destinados à convivência com o Semiárido, a secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Maria Fernanda Coelho, visitou nesta quinta-feira (30), o Instituto Nacional do Semiárido (Insa), em Campina Grande, a 113 quilômetros da capital paraibana. Segundo ela, os institutos de pesquisa são importantes parceiros na formulação e efetivação de políticas públicas no país.
“Eles têm um papel relevante, não só por nos fazer refletir sobre os temas ligados à agricultura e à reforma agrária, mas por propor alternativas e soluções para alguns problemas, como o êxodo rural e o crescimento da desertificação, alvos de estudo do Insa”, avaliou a secretária.
Maria Fernanda destacou que as análises são primordiais para quem precisar conviver com a região mais penalizada pelos efeitos da estiagem no país. “Aprender a conviver com o Semiárido não quer dizer acabar com a seca, mas reconhecer a condição do solo, das matas. O instituto é um referencial para todo o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo MDA e que a gente pretende, nos próximos anos, aprofundar ainda mais”.
Entre os assuntos de interesse, está o aumento da desertificação na região, resultado do mau uso do solo, do desmatamento da mata nativa e o uso intensivo das pastagens e áreas agrícolas. “Temos o desafio de tornar as famílias cada vez mais sustentáveis, no lugar onde vive. Nosso olhar está muito atento e pretendemos conhecer o que os pesquisadores estão produzindo, para que a gente possa, de imediato, incorporar em nossas ações”, observou Maria Fernanda.
De acordo com o diretor substituto do Insa, Salomão Medeiros, as pesquisas desenvolvidas pelo instituto abordam três eixos: a biodiversidade, os recursos hídricos e os sistemas de produção para alimentação humana e animal. “Nos últimos quatro anos, adaptamos um novo modelo de estudo que leva em conta a participação e a inclusão, ou seja, aquilo que desenvolvemos deve beneficiar alguém”, afirmou.
Só em 2014, duas mil famílias de agricultores familiares foram incluídas no projeto de revitalização da palma forrageira. “Um dos maiores problemas do Semiárido é a insegurança alimentar do rebanho, por isso, montamos um projeto-piloto na Paraíba, onde estudamos o sistema de produção de três variedades de palmas, mais resistentes a pragas”, ressaltou o diretor. Entre elas a Cochonilha do Carmim – inseto que se alimenta de seiva e, assim, enfraquece a planta.
Entre os parceiros do Instituto Nacional do Semiárido estão o Incra e a Articulação no Semiárido Brasileiro – Asa Brasil –, que contribuem no desenvolvimento de projetos voltados para a agroecologia.
Projeto de agroecologia
A secretária executiva conheceu, ainda, um projeto de agroecologia desenvolvido na Comunidade Santa Cruz, no município de Seridó, a 285 quilômetros de João Pessoa. A iniciativa faz parte da estratégia de convivência com o Semiárido, a partir do uso de barragem subterrânea, criação de animais de pequeno porte e o cultivo de frutas nativas.
Saiba mais
A desertificação é um tipo de degradação ambiental passível de ocorrer nas zonas de clima seco de todo mundo. Assim, o Semiárido brasileiro, com quase um milhão de quilômetros quadrados, é considerado uma das maiores áreas do mundo suscetível ao processo de desertificação.
O Semiárido brasileiro compreende oito estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e também o norte de Minas Gerais. Nessa região vivem mais de 22,5 milhões de habitantes que se dividem em população urbana (62%) e rural (38%).

Gabriella Bontempo com informações do Insa
Ascom/MDA
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