quinta-feira, 15 de outubro de 2015

De 2008 a 2015: O que mudou na TV nos últimos 7 anos?

Publicado hoje às 10h00 por Arthur Vivaqua

RD1 celebra seu 7° ano de vida refletindo sobre a TV
RD1 celebra seu 7° ano de vida refletindo sobre a TV
Em sete anos, muita coisa pode mudar.
Celebrando o seu 7° aniversário de vida, o RD1 inicia uma série especial de reportagens sobre o impacto dos últimos sete anos na TV brasileira e também sobre o que podemos esperar dos sete anos que estão por vir.
O que a TV nos apresentou de novo entre 2008 e 2015? E como ela poderá nos surpreender até 2022? Estas e outras respostas você confere a partir de agora. E, para decifrar o futuro, nada melhor do que começarmos por um mergulho no passado.
Confira:
Muitos trocaram a TV pelos tablets e celulares
Muitos trocaram a TV pelos tablets e celulares
CADÊ O PÚBLICO QUE ESTAVA AQUI?
Embora se esforce continuamente para fisgar novos telespectadores, a TV aberta precisou lidar com uma intensa evasão de público nos últimos sete anos.
O número de televisores ligados caiu, e a preocupação das emissoras com o futuro não parou de subir. Desde então, cada ponto de audiência passou a ser ainda mais intensamente disputado e todas as redes amargaram recordes negativos em alguns momentos.
Neste cenário, quem sofreu as maiores perdas foi a detentora da maior audiência. Acostumada a ver suas atrações ultrapassarem a barreira dos 40 ou 50 pontos, a Globo precisou se adaptar aos novos tempos e passou por uma expressiva mutação interna, sendo acompanhada por suas principais rivais.
Estava no ar uma nova era na qual ligar a TV deixou de ser a prioridade de milhões de pessoas.
Tecnologia invadiu a TV e passou a ser item obrigatório
Tecnologia invadiu a TV e passou a ser item obrigatório
HIGH TECH
Para convencer uma legião a ir ao cinema, Hollywood capricha nos efeitos especiais. Foi seguindo esta lógica que a TV brasileira passou por um boom tecnológico e fez com que computadores se tornassem quase tão importantes quanto atores.
Há sete anos, imagens em HD e 4K ainda eram “ficção científica”, e grande parte dos televisores ainda possuía um enorme tubo atrás da tela. De lá para cá, assistir ao seu programa favorito se tornou uma experiência sensorial riquíssima e aqueles que podem custear tais serviços já possuem um “cinema particular” graças à ultra-modernidade dos mais recentes aparelhos de TV.
Neste ínterim, operadoras de TV paga acompanharam a tendência e apostaram em funções como dar pause num programa ao vivo e gravar sua atração favorita para assistir quando quiser. Numa TV cada vez mais geek e moderna, seriam elas, as operadoras, que veriam os ventos soprarem a seu favor.
TV paga deixou de ser luxo e virou necessidade
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A MULTIPLICAÇÃO DAS ANTENAS
Se em 2008 ter um pacote de TV por assinatura ainda era “coisa de rico”, em 2015 é comum avistar as antenas do serviço nos tetos das mais humildes residências.
Todo esta bonança veio, porém, acompanhada de um ônus: uma lei determinou que todos os canais pagos precisariam exibir ao menos duas horas diárias de conteúdo brasileiro. A medida fez com que a produção de séries nacionais para a TV paga disparasse – muito embora alguns canais tenham “driblado” a resolução apostando em reprises eternas de filmes brasileiros somente para cumprir a cota.
Hoje, sete anos após a explosão, a TV por assinatura vê seu crescimento diminuir devido à recessão econômica que assola o país, mas já se posicionou como uma das principais forças do mercado e possui audiência inferior somente à da Globo.
Com novas opções em seu controle remoto, o telespectador descobriu novos gêneros e, para desespero das gigantes do setor, criou novos hábitos.
"Breaking Bad": Exemplo de trama que jamais surgiria na TV nacional
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UMA NOVA FEBRE
O governo tentou fazer com que os canais por assinatura trabalhassem em prol da indústria brasileira, mas foram as séries americanas que conquistaram o coração do público.
Nos últimos sete anos, o gênero arrebatou uma legião de fãs ardorosos e se tornou uma paixão nacional que inspirou não apenas os telespectadores, mas também a TV aberta, assustada com o crescimento de produtos que nada tinham a ver com a linha dramatúrgica convencional.
Acuada, a Globo passou a apostar em produções ousadas, repletas de ação e sensualidade, tentando reproduzir o jeito americano de fazer TV em produções como “O Caçador” e “A Teia”. Embora ainda engatinhe no gênero, a líder nacional tem feito workshops com roteiristas americanos e transformou o ‘gancho’ em item essencial aos capítulos de suas novelas.
Sem amarras, as séries estadunidenses tratam de temas polêmicos e exibem cenas que, no Brasil, só poderiam ir ao ar em plena madrugada. Tal liberdade, porém, já encontrou eco por aqui. Nos últimos sete anos, a TV não apenas clamou por novos formatos, mas também por novos ideais.
Beijo gay de "Babilônia" dividiu o Brasil
Beijo gay de “Babilônia” dividiu o Brasil
IDEOLOGIA > DRAMATURGIA
A presença de temas espinhosos e polêmicos em folhetins não é nova, mas a dimensão de tais abordagens certamente foi ampliada nos últimos sete anos devido ao fortalecimento das redes sociais, que deu voz à lendária “opinião pública”.
Uniões homoafetivas, dilemas éticos e novas estruturas familiares inundaram a telinha e dividiram os telespectadores. Para uns, cada um destes retratos era sinônimo de avanço; para outros, de terror.
O mais emblemático caso foi o da recém-encerrada “Babilônia”, novela reformulada por seus autores, que se viram obrigados a transformar garotas de programa em moças de família e homossexuais em garanhões para tentar recuperar o público perdido.
Não obstante tais obstáculos, a TV dos últimos anos ampliou sua função de defensora de determinadas bandeiras, seja através de novelas ou até mesmo de atrações jornalísticas que antes carregavam o selo de imparciais.
Antenado, o telespectador atual identifica a “posição oculta” de uma rede acerca de determinado assunto e faz com que a aparente neutralidade da cobertura se decomponha a olhos – e teclados – nus.
O público mudou e a TV luta para acompanhá-lo
O público mudou e a TV luta para acompanhá-lo
SETE ANOS, MIL MUDANÇAS
O que mudou na TV nos últimos 7 anos? A pergunta, aparentemente simples, possui inúmeras respostas complexas. Uma delas, porém, é cristalina: a principal mudança não ocorreu por trás das câmeras, mas nas mãos dos que seguram o controle remoto.
A nova TV tem o desafio de agradar ao novo telespectador.

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