quinta-feira, 23 de julho de 2015

Crianças de assentamento se tornam guardiãs de sementes crioulas



Publicado dia 23/07/2015
Crédito: Ascom/RS
Despertar nas crianças a paixão pelo lugar onde vivem, pelo sistema de produção e de seguir experiências exitosas com a agroecologia fazem parte do projeto Guardiões Mirins de Sementes Crioulas, desenvolvido pela Escola Estadual de Ensino Fundamental Orestes Paiva Coutinho, do assentamento União, em Canguçu (RS). São 35 alunos, do 1º ao 5º ano, que ajudam a resgatar tradições e a valorizar o uso sustentável da biodiversidade local.
“Eu sempre quis engajar assuntos da questão agrária”, menciona a diretora da escola, Nara Regina Corrêa Silveira. Como tinha projetos em andamento sobre plantas medicinais e estudos sobre o Rio Camaquã – que corre nos fundos do assentamento, a professora separou um espaço na escola para criar uma horta.
A partir dela, o projeto evoluiu para estudos e a primeira experiência foi com o milho, em 2012, por ser uma cultura presente no meio rural e na vida das crianças. A aprendizagem com o grão envolveu o valor nutricional, visita a um moinho para acompanhar o beneficiamento e elaboração de receitas à base de fubá. 
Inserção das sementes
A Bionatur, Rede de Sementes Agroecológicas - que é uma organização de assentados da reforma agrária e de produtores de sementes de diversas espécies (com sede no assentamento Roça Nova, no município gaúcho de Candiota), também inspirou o projeto Guardiões, que incorporou mais tarde outras variedades. “Sementes de abóbora, batata-doce, aipim e de feijão”, diz Nara.
 Ela explica que as crianças são muito receptivas, ajudam a preparar os canteiros e cuidam da horta. Gabriel de Fraga Claro, 11 anos, estudante do 5º ano, é um dos entusiastas do projeto e conta que fez uma hortinha no lote em que vive. “Os pais ajudam, nós aprendemos”, ressalta.
“A proposta é de resgate do caminho das sementes crioulas”, destaca a agrônoma Rosemeri de Olanda, da Emater - prestadora de assistência técnica contratada pelo Incra e que acompanha o desenvolvimento do projeto.
O sistema de troca-troca das sementes se tornou uma dinâmica entre as crianças, que participam de feiras divulgando a iniciativa junto com a escola. Vídeos postados na internet e viagens fazem parte da ação. 
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