247 - O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, que foi o tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014, rebateu a manchete desta sexta-feira (3), da Folha de S. Paulo, que afirma que o doleiro Alberto Youssef "lança nova suspeita sobre o comitê de Dilma".
"A manchete da Folha desta sexta-feira (3) é um equívoco, resultado de reportagem que interfere na verdade factual para forjar suspeitas e insinuações contra a campanha da reeleição. Exclusões e omissões de palavras e alterações dos fatos fazem parte de um método que consiste em construir uma denúncia sem vínculo sólido com a realidade. A Folha chancela especulações que nem mesmo o delator premiado se dispôs a confirmar. Ao ser interrogado sobre o suposto encontro, o doleiro disse que nunca tinha visto o seu interlocutor, não sabe direito quem o apresentou e nem sequer lembra exatamente o seu nome. Além de dar crédito a informações tão imprecisas, a reportagem da Folha comete inúmeros erros em relação ao depoimento", afirma Edinho Silva.
Segundo a Folha, o doleiro Alberto Youssef disse à Justiça Eleitoral que foi procurado por um emissário da campanha da presidente Dilma Rousseff no ano passado para trazer de volta ao Brasil cerca de R$ 20 milhões depositados no exterior. Youssef teria dito que foi procurado no início do ano e não executou a operação porque, em março, foi preso com a deflagração da Operação Lava Jato.
Abaixo a íntegra da mensagem do ministro contestando a reportagem da Folha:
"Folha comete erros que distorcem depoimento de Yousseff
A campanha da presidenta Dilma Rousseff à reeleição não recebeu absolutamente nenhum recurso que não tenha sido doado licitamente e contabilizado como determina a lei, razão pela qual suas contas foram auditadas e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral por unanimidade.
A manchete da Folha desta sexta-feira (3) é um equívoco, resultado de reportagem que interfere na verdade factual para forjar suspeitas e insinuações contra a campanha da reeleição.
Exclusões e omissões de palavras e alterações dos fatos fazem parte de um método que consiste em construir uma denúncia sem vínculo sólido com a realidade.
A Folha chancela especulações que nem mesmo o delator premiado se dispôs a confirmar. Ao ser interrogado sobre o suposto encontro, o doleiro disse que nunca tinha visto o seu interlocutor, não sabe direito quem o apresentou e nem sequer lembra exatamente o seu nome.
Além de dar crédito a informações tão imprecisas, a reportagem da Folha comete inúmeros erros em relação ao depoimento.
Erro número 1
A Folha escondeu dos leitores a ênfase –taxativa e repetida– com que o doleiro afirmou aos seus interrogadores que não teve rigorosamente nenhum tipo de contato com a campanha da reeleição. Foram quatro negativas antes das especulações do depoente.
Erro número 2
A Folha diz que o investigado na Operação Lava Jato foi procurado por um "emissário" da campanha da presidenta. Não é verdade. Em nenhum momento do interrogatório a que foi submetido, o doleiro identificou o indivíduo que o teria procurado como emissário de quem quer que seja, mas apenas como alguém que teria dito que queria sua ajuda para trazer ao Brasil recursos que, segundo o homem, cuja identidade o doleiro desconhece, seriam utilizados na campanha eleitoral.
Erro número 3
A Folha induz o seu leitor a acreditar que o suposto contato do doleiro com um indivíduo que ele não lembra quem é seria uma "operação" de internalização de recursos para a campanha eleitoral. Não foi. O doleiro não foi mais procurado e diz que não chegou a tomar qualquer providência a respeito da consulta que lhe teria sido feita, mesmo porque nenhuma informação precisa lhe foi apresentada. A Folha diz na "Primeira Página" que o doleiro teria afirmado que "não finalizou a operação". Não é verdade. A suposta operação não poderia ser finalizada porque nem sequer foi iniciada. O depoente deixa claro que não houve operação alguma.
Erro número 4
A Folha tenta impor ao leitor a falsa impressão de que a internalização de recursos para a campanha foi uma "operação" que só não aconteceu porque o doleiro foi preso. Trata-se de grosseira distorção. Não é verdade que o doleiro teria dito, no interrogatório, a frase "aí aconteceu a questão da prisão, e eu nunca mais o vi''. Esta frase foi modificada pela Folha na reportagem, com a retirada de uma palavra que modifica o seu sentido. A frase literal do doleiro ao seu interrogador é: "Aí aconteceu o negócio da prisão e eu TAMBÉM nunca mais o vi". O uso da palavra "também" pelo doleiro mostra que, na opinião dele, teria havido tempo para ver de novo o seu interlocutor, e que não foi por causa da prisão, ocorrida 60 dias depois, que isto deixou de acontecer.
O que fica claro é que por quatro vezes o depoente foi taxativo quanto ao seu não envolvimento na campanha presidencial de 2014. No restante do depoimento, o depoente foi vago sobre quem o procurou e sobre quem o apresentou, além do valor envolvido.
Secretaria de Comunicação Social
Presidência da República"
Nenhum comentário:
Postar um comentário