17/07/2015 16:50
Trabalho sobre hanseníase foi um dos 20 escolhidos para a Expo-Sciences
Internacional. Mãe destaca importância do Bolsa Família para garantir que
ele e a filha pudessem estudar e chegar ao ensino superior. Emprego da
filha ainda garantiu que eles não mais precisassem do benefício
Brasília, 17 – Raimundo Otávio Ribeiro Neto mora em Campo Maior (PI), a 85
quilômetros de Teresina. Com 19 anos, ele conquistou sonho de passar no
vestibular da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e estudar Comunicação
Social. E, neste mesmo ano, ele vai conseguir chegar ainda mais longe. Neste
sábado (18), Otávio Neto, como é conhecido na cidade, embarca para Bruxelas,
na Bélgica. Ele e uma colega formam uma das 20 equipes que vão representar
o Brasil na Expo-Sciences Internacional (ESIMundi).
Ana Nascimento/MDS O projeto Diagnóstico e acompanhamento dos casos de hanseníase nas
unidades básicas de saúde na zona urbana de Campo Maior foi desenvolvido
pelo jovem e pela estudante Nazaré Andrade, no ano passado, quando ainda
cursavam o ensino médio no curso profissionalizante de Técnico em Enfermagem
no Centro de Ensino Profissionalizante de Tempo Integral. Em uma aula, descobriu
que seu município apresentava dados preocupantes de hanseníase. “Temos
45 mil habitantes e 80 casos da doença”, conta Otávio.
Estimulado pela professora Silva Orsana, eles resolveram trabalhar um projeto
que envolvia o seu sonho: conscientizar as pessoas, por meio da divulgação em
veículos de comunicação, sobre a importância do tratamento da doença e o
combate ao preconceito. “Multiplicamos a informação para minimizar o
preconceito e mostrar que o tratamento é simples, leva de seis meses a um ano.”
Acesse também:Ex-beneficiário do Bolsa Família vai à Bélgica apresentar pesquisa sobre hanseníaseO trabalho dos piauienses ganhou o direito de representar o Brasil em um
dos maiores eventos científicos do mundo após ter ganhado o título de melhor
projeto da II Feira de Ciência e Engenharia do Estado do Amapá. “É uma
satisfação representar meu estado e meu país. Meu objetivo é levar o projeto
para a universidade”, destaca. A viagem está sendo custeada pela Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi).
Educação – A mãe do jovem, Maria Amparo, conta que a educação sempre
foi vista pela sua família como algo essencial para que eles pudessem ter
uma vida melhor. Seus pais eram analfabetos e ela conseguiu completar o
ensino médio.
O pai de Otávio, Edvar, é pedreiro, nunca dirigiu um carro e não conseguiu
completar o ensino fundamental. Sua diária custa em média R$ 80 e sua
especialidade é o acabamento. Ele mesmo que construiu a casa em Campo
Maior onde a família mora. E diz que todo o seu trabalho é voltado para
garantir que os filhos possam estudar.
Até o mês passado, a família era beneficiária do Bolsa Família. Maria Amparo
usava a complementação de renda para alimentação, uniforme, material
escolar e na compra de remédios. Otávio reforça a importância do programa.
“Na escola, alguns alunos tinham melhores condições. Com o Bolsa Família,
conseguimos comprar uniforme, sapatos, material escolar... E isso igualou os alunos.”
Ana Nascimento/MDS
A irmã Jamile Loides Otávio Ribeiro, 23 anos, também conseguiu entrar na
faculdade. Ela está cursando licenciatura em Biologia na Universidade Estadual
do Piauí, em Campo Maior. No ensino médio, fez curso técnico de Higiene Bucal.
Ainda concluiu um curso profissionalizante de Maquiadora, pelo Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Maria Amparo conta que devolveu o cartão do Bolsa Família porque a filha
conseguiu um emprego com carteira assinada. “Jamile foi umas das 10
selecionadas, entre 80 candidatos, por uma rede de farmácias para trabalhar
como operador de caixa. Teve prova de português e matemática, entrevista e teste psicológico.”
Na segunda-feira (13), a farmácia foi inaugurada e o primeiro dia de trabalho
de Jamile. Eles combinaram que ela vai deixar o tíquete alimentação, no valor
de R$ 180 – superior aos R$ 70 que recebiam do Bolsa Família – para a mãe
usar nas compras de casa.
E ainda se propôs a ajudar no gasto diário com os estudos do irmão, cerca de
R$ 20 por dia entre as passagens de ônibus intermunicipal e dentro de Teresina
e na alimentação no restaurante universitário. “Devolvi porque sei que tem
outras pessoas precisando. E minha filha pode ajudar agora no que for
preciso”, finaliza a dona de casa.
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segunda-feira, 20 de julho de 2015
Jovem do interior do Piauí apresenta projeto na Bélgica
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