Morreu nesta sexta (24) o incansável escritor italiano que escolheu o Brasil para viver e lutar em prol dos trabalhadores.
O Brasil perdeu nesta sexta (24) Vito Gianotti, o escritor italiano que escolheu o Brasil para viver e para lutar em prol dos trabalhadores. Operário, dirigente sindical, educador e comunicador popular, ele era coordenador do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), o principal centro de treinamento e produção em comunicação popular e sindical do país.
Vito Gianotti nasceu na Toscana, na Itália, em 1943. Andou por várias paragens antes de se radicar no Brasil. Em São Paulo, trabalhou como metalúrgico ferramenteiro por 20 anos. Sempre envolvido com as causas dos operários, enfrentou a ditadura. Foi preso, torturado, mas jamais desistiu de se empenhar em construir uma sociedade mais justa. Eterno lutador da Oposição Metalúrgica, foi diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT) naquele estado.
No Rio de Janeiro, fundou o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) em meados da década de 1990, quando o neoliberalismo avançava e sindicatos e trabalhadores se viam cada vez mais enfraquecidos. À frente do NPC, Gianotti mudou a cara da imprensa sindical e popular brasileira: ensinou os profissionais da área não só a tornarem os jornais de classe mais atrativos e palatáveis aos anseios de seus públicos alvos, como também a utilizarem a comunicação como ferramenta imprescindível para a disputa de hegemonia.
Gianotti também estimulou várias gerações de comunicadores populares e sindicais e empunharem a bandeira da luta pela democratização da comunicação, assunto que dominava como poucos e sobre o qual dedicou grande parte de sua produção intelectual.
Incansável, Gianotti nunca desanimava frente às dificuldades da conjuntura, fossem elas quais fossem. Como lembrou o jornalista carioca Gustavo Barreto, quando todos já estavam cansados de tanta injustiça, tanta dor e tanta exploração, lá vinha ele gritando: ‘levanta garoto’. “Ele reenergizava todos”, resumiu. Sua enteada, Luiza Santiago, lembrou a frase do padrasto que se tornou célebre no mundo sindical brasileiro: “A luta continua, porra!”
Junto com a companheira Claudia Santiago, era proprietário da livraria Antônio Gramsci, no coração do Rio de Janeiro, que acabou se tornando um ponto de encontro de intelectuais de esquerda e lutadores populares. Dono de um coração enorme, Vito acumulava amigos por onde passava: tinha sempre uma palavra de carinho, de consolo, de esperança. Sabia fazer o enfrentamento “sem perder a ternura jamais”, como propôs certa vez um dos ídolos que ele ostentava nas suas camisetas.
“Quem teve o prazer de conhecê-lo e conviver com ele, ganhou muito. (...) Sua vitalidade, força, vontade de viver e transformar o mundo eram contagiantes. Seus gritos, palavrões e disposição para repassar seus conhecimentos farão muita falta ao mundo. Mas o que fará mais falta é sua amizade e amor”, registrou a jornalista gaúcha Kátia Marko.
Todo o movimento social do país já lamenta sua partida prematura e sem aviso prévio. “O MST lamenta com muita tristeza o falecimento do nosso grande amigo e militante dos movimentos populares, Vito Giannotti, um grande educador e comunicador e uma referência da comunicação popular e alternativa”, registrou o maior movimento social brasileiro.
“A luta dos trabalhadores perdeu hoje Vito Gianotti, guerreiro da memorável Oposição Metalúrgica, formador popular e lutador pelo socialismo. Toda solidariedade a seus familiares e amigos. ‘A luta continua seus puto, porra!’. Vito, presente!”, divulgou em suas redes sociais o MTST.
Vito deixa grande legado para a temática da comunicação popular e luta operária. É autor de vários livros, dentre os quais “O que é Jornalismo Operário”, “Collor, a CUT e a pizza”; “Trabalhadores da aviação: de Getúlio a FHC”, “A CUT por dentro e por fora”, “A CUT ontem e hoje”, “Cem anos de luta operária”, “Comunicação Sindical: a arte de falar para milhões”, “Muralhas da Linguagem”, “Dicionário de Politiquês”, “Manual de Linguagem Sindical” e “Força Sindical, a central neoliberal”.
Ele morreu de causas naturais, na sua casa, no Rio de Janeiro. Além da esposa e da enteada, deixa o filho Taiguara, que vive na Itália e já está a caminho do Brasil. Vito será velado no Sindpetro, na capital fluminense, de 9 às 15 horas deste domingo (26).
Vito Gianotti nasceu na Toscana, na Itália, em 1943. Andou por várias paragens antes de se radicar no Brasil. Em São Paulo, trabalhou como metalúrgico ferramenteiro por 20 anos. Sempre envolvido com as causas dos operários, enfrentou a ditadura. Foi preso, torturado, mas jamais desistiu de se empenhar em construir uma sociedade mais justa. Eterno lutador da Oposição Metalúrgica, foi diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT) naquele estado.
No Rio de Janeiro, fundou o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) em meados da década de 1990, quando o neoliberalismo avançava e sindicatos e trabalhadores se viam cada vez mais enfraquecidos. À frente do NPC, Gianotti mudou a cara da imprensa sindical e popular brasileira: ensinou os profissionais da área não só a tornarem os jornais de classe mais atrativos e palatáveis aos anseios de seus públicos alvos, como também a utilizarem a comunicação como ferramenta imprescindível para a disputa de hegemonia.
Gianotti também estimulou várias gerações de comunicadores populares e sindicais e empunharem a bandeira da luta pela democratização da comunicação, assunto que dominava como poucos e sobre o qual dedicou grande parte de sua produção intelectual.
Incansável, Gianotti nunca desanimava frente às dificuldades da conjuntura, fossem elas quais fossem. Como lembrou o jornalista carioca Gustavo Barreto, quando todos já estavam cansados de tanta injustiça, tanta dor e tanta exploração, lá vinha ele gritando: ‘levanta garoto’. “Ele reenergizava todos”, resumiu. Sua enteada, Luiza Santiago, lembrou a frase do padrasto que se tornou célebre no mundo sindical brasileiro: “A luta continua, porra!”
Junto com a companheira Claudia Santiago, era proprietário da livraria Antônio Gramsci, no coração do Rio de Janeiro, que acabou se tornando um ponto de encontro de intelectuais de esquerda e lutadores populares. Dono de um coração enorme, Vito acumulava amigos por onde passava: tinha sempre uma palavra de carinho, de consolo, de esperança. Sabia fazer o enfrentamento “sem perder a ternura jamais”, como propôs certa vez um dos ídolos que ele ostentava nas suas camisetas.
“Quem teve o prazer de conhecê-lo e conviver com ele, ganhou muito. (...) Sua vitalidade, força, vontade de viver e transformar o mundo eram contagiantes. Seus gritos, palavrões e disposição para repassar seus conhecimentos farão muita falta ao mundo. Mas o que fará mais falta é sua amizade e amor”, registrou a jornalista gaúcha Kátia Marko.
Todo o movimento social do país já lamenta sua partida prematura e sem aviso prévio. “O MST lamenta com muita tristeza o falecimento do nosso grande amigo e militante dos movimentos populares, Vito Giannotti, um grande educador e comunicador e uma referência da comunicação popular e alternativa”, registrou o maior movimento social brasileiro.
“A luta dos trabalhadores perdeu hoje Vito Gianotti, guerreiro da memorável Oposição Metalúrgica, formador popular e lutador pelo socialismo. Toda solidariedade a seus familiares e amigos. ‘A luta continua seus puto, porra!’. Vito, presente!”, divulgou em suas redes sociais o MTST.
Vito deixa grande legado para a temática da comunicação popular e luta operária. É autor de vários livros, dentre os quais “O que é Jornalismo Operário”, “Collor, a CUT e a pizza”; “Trabalhadores da aviação: de Getúlio a FHC”, “A CUT por dentro e por fora”, “A CUT ontem e hoje”, “Cem anos de luta operária”, “Comunicação Sindical: a arte de falar para milhões”, “Muralhas da Linguagem”, “Dicionário de Politiquês”, “Manual de Linguagem Sindical” e “Força Sindical, a central neoliberal”.
Ele morreu de causas naturais, na sua casa, no Rio de Janeiro. Além da esposa e da enteada, deixa o filho Taiguara, que vive na Itália e já está a caminho do Brasil. Vito será velado no Sindpetro, na capital fluminense, de 9 às 15 horas deste domingo (26).
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