quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O caminho do alimento saudável


SEGURANÇA ALIMENTAR

Feiras locais possibilitam a mudança de hábitos alimentares e o acesso da população a alimentos saudáveis e de qualidade
Publicado05/11/2015 09h30
Exibir carrossel de imagensFoto: Ubirajara Machado/MDS
Brasília - À procura de alimentos orgânicos ou agroecológicos para montar uma alimentação de qualidade, todos os sábados, o casal Marco Almeida, 30 anos, e Tatiana Sabadini, 34, e os três filhos vão até uma feira da agricultura familiar e de produtos agroecológicos no Distrito Federal. 
As gêmeas, Isabella e Maria, conta a mãe, têm suas sacolas para ajudar a carregar as frutas e verduras que já conhecem pelo nome. O caçula, Francisco, de 1 ano e 7 meses, acompanha tudo de perto. “Queremos ensinar a eles a fazerem a escolha certa e não, simplesmente, proibi-los de comer besteiras”, explica Tatiana. 
A rotina do casal mudou com a chegada das gêmeas há três anos. Aquele momento foi fundamental para que eles também alterassem o padrão de consumo da família. “Achávamos que comíamos bem, mas mudamos de hábitos quando começamos a fazer as primeiras papinhas das gêmeas”, lembra Tatiana.
De lá para cá, os filhos estão sempre presentes na hora da preparação das refeições. Ajudam a amassar a batata-doce ou a cortar uma abobrinha. “Quando elas participam da preparação, comem melhor”, diz a mãe. Além disso, o acesso às frutas e verduras é irrestrito, independentemente do horário. “Tem que oferecer. Não podemos esperar que eles se cresçam e só depois se interessem pela alimentação saudável”, comenta a mãe ao ver os filhos saboreando um tomate antes do almoço. 
Escolher produtos mais saudáveis também é sinônimo de economia para a família. Por semana, o casal gasta cerca de R$ 50 na feira. “Sai mais barato ir à feirinha do que ir ao mercado.”, destaca Tatiana, que compartilha dicas de alimentação saudável no blog Manual da Família Moderna e nas redes sociais.

Antes de servir o almoço do dia – isca de peixe, purê de batata-doce, arroz e brócolis – a mãe ressalta os resultados na saúde das crianças com a mudança de hábitos da família. “As gêmeas demoram a ficar doentes; o Francisco nunca gripou. Vale sempre a pena optar pela alimentação saudável. Tenho certeza que nossos filhos vão crescer saudáveis”. 
Do outro lado da banca – O caminho do alimento saudável depende, principalmente, de agricultores familiares como João Batista Alves Ribeiro, 37 anos. Ele produz mais de 25 tipos de alimentos agroecológicos na zona rural de Padre Bernardo (GO). A propriedade fica a 80 quilômetros de Brasília. Três vezes por semana, ele e outros produtores da Cooperativa Agroecológica dos Agricultores Familiares do Projeto de Assentamento Colônia I (Coopafama) comercializam seus alimentos- cenoura, hortaliças, beterraba, cebola, entre outros - em oito feiras no Distrito Federal. 
As feiras locais são uma importante estratégia de comercialização para a agricultura familiar que possibilita a geração de renda e para a população em geral, que tem mais acesso a alimentos saudáveis e de qualidade. 
Quem vai à banca, chega chamando João pelo nome e ele também conhece cada um dos seus consumidores. Segundo o agricultor familiar, é este contato que faz com que os produtos tenham saída rápida – às 10h, ele já recolhe as caixas para retornar para casa. “Estabelecemos uma relação de confiança. Eles apostam em nós e da nossa parte devolvemos produtos de qualidade”, explica.
Os agricultores da cooperativa conseguem retirar entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil líquidos da produção. A iniciativa da produção agroecológica no assentamento começou em 1999, graças a uma parceria com a Universidade de Brasília (UnB). Hoje, alguns consumidores vão até a propriedade de João à procura de alimentos saudáveis. 
“É uma cadeia. Quanto mais a gente investe e melhora a produção e passa para os clientes a qualidade, isso retorna para o nosso bolso”, disse. “Vale apena ter uma alimentação saudável. Os produtos não são caros. Se as pessoas se preocuparem mais com a alimentação, elas asseguram a produção de um agricultor familiar e isso constrói uma rede”. 
João, que é pai de dois filhos adolescentes, sabe que a alimentação da família é importante. “A alimentação saudável em casa é o que nos estimula a continuar produzindo, porque o trabalho é muito grande. Dá alegria de ver os filhos crescendo com saúde e com maior energia e disposição para o dia-a-dia”, comemora. 
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