quinta-feira, 23 de julho de 2015

Assentados da PB trocam experiências sobre reúso e dessalinização de água



Publicado dia 22/07/2015

Cerca de 40 agricultores de 12 assentamentos da reforma agrária paraibanos participaram dias 15 e 16 de julho de dois intercâmbios sobre segurança hídrica. As atividades, voltadas para troca de experiências sobre o reúso de água e o uso de dessalinizador solar, foram promovidas pela Cooperativa de Trabalho Múltiplo de Apoio às Organizações de Autopromoção (Coonap). A cooperativa é uma das seis entidades contratadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para executar serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) na Paraíba e atende 31 assentamentos, onde vivem cerca de 1,2 mil famílias.
O objetivo dos intercâmbios foi apresentar aos assentados novas tecnologias alternativas para o manejo sustentável dos recursos hídricos, bem como promover a troca de experiências entre agricultores e profissionais de Ater. Além dos intercâmbios da semana passada, as famílias assentadas assistidas pela Coonap têm participado de capacitações sobre o aproveitamento seguro (reúso) das “águas cinzas”, ou seja, as resultantes de processos domésticos como lavagem de louças e de roupas e banho.
O plano de ação da Coonap para 2015 prevê a implantação de unidades demonstrativas (UDs) de reúso de água e de dessalinizadores solares em alguns dos assentamentos atendidos pela entidade na Paraíba. 
Participaram dos intercâmbios 40 agricultores de assentamentos localizados em sete municípios: União (Areia); Novo Campo e Bom Jesus (Barra de São Miguel); Trincheiras de Carnoió (Riacho de Santo Antônio); Asa Branca e Boa Vista (Coxixola); São Domingos e Dorcelina Folador (Cubati); Belo Monte e Olho D’água (Seridó), Chã do Bálsamo e Cajá de Matinhas (Matinhas).
Bioágua
No dia 15 de julho os assentados visitaram o Sítio Riacho do Meio, em Olivedos, na região do Agreste paraibano, a cerca de 190 quilômetros de João Pessoa. Eles conheceram o sistema de reúso de água Bioágua, que permite que Dona Maria José e Seu Carlos, proprietários do sítio, reaproveitem de forma segura as “águas cinzas” da casa onde vivem para irrigação. Nos arredores da casa dos agricultores, os assentados observaram a diversidade de plantas frutíferas, medicinais, hortaliças e forrageiras, todas irrigadas por gotejamento por meio do bioágua. 
Dona Maria José disse que era uma satisfação receber o grupo de assentados em sua propriedade e ressaltou que o momento era importante por oferecer aos agricultores assentados a oportunidade de trocar experiências.
Desenvolvido pelo Projeto Dom Hélder Câmara, o Bioágua Familiar é um sistema de reutilização da água que está mudando a vida de agricultores do Semiárido nordestino ao reaproveitar a água do banho para a lavagem de roupas, louças e também na irrigação da horta e do pomar. A iniciativa é desenvolvida com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em colaboração com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Fida) e o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), em parceria com a organização não-governamental Associação de Consultoria e Capacitação Técnica Orientada e Sustentável (Atos) e com monitoramento dos parâmetros de qualidade da água, solo e culturas realizado pela Universidade Federal do Semiárido (Ufersa). A instalação do projeto custa em torno de R$ 3 mil. 
Dessalinização 
No dia 16 deste mês os assentados estiveram no assentamento Corredor, localizado no município de Remígio, também no Agreste paraibano, distante cerca de 158 quilômetros da capital. Eles visitaram o lote de Dona Vanda Florentino e de Seu Ednaldo da Cruz, onde conheceram a experiência do dessalinizador solar que transforma a água salobra captada de um poço em água potável. 
Os assentados receberam de Dona Vanda explicação sobre o funcionamento da tecnologia e do processo de manejo. Segundo a assentada, o processo de dessalinização solar é físico e começa com a colocação da água salobra em um tanque raso de alumínio com cobertura de vidro. Ao evaporar, a água se transforma em gotas que, após baterem no vidro, escorrem pelas canaletas já dessalinizada. Por dia, o equipamento chega a produzir cerca de 150 litros de água potável. 
Para Dona Vanda, o equipamento mudou a vida de sua família para melhor. “O dessalinizador é um grande projeto. Eu e minha família passamos muita dificuldade para ter acesso a água potável e hoje nós temos água para beber em nosso lote”, afirmou a assentada.
Também acompanharam o intercâmbio professores e alunos do Núcleo de Extensão Agroecológica (Nera) do curso de Agroecologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que são responsáveis pelo desenvolvimento do projeto no lote de Dona Vanda.
“O que eu aprendi aqui vou levar para meus companheiros do assentamento para que eles também conheçam estas experiências tão valiosas”, afirmou o assentado José Malaquias, do Assentamento Chã do Bálsamo, em Matinhas, um dos agricultores participantes do intercâmbio. 
Com informações da Coonap.
Assessoria de Comunicação Social do Incra/PB
(83) 3049-9259
http://www.incra.gov.br/pb

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