Cardápio com produtos mais frescos e comprados de produtores locais beneficia cerca de 9,2 mil alunos em 44 escolas
Publicado18/09/2015 19h15,Última modificação18/09/2015 20h03
Brasília – Cinco vezes por dia, as crianças da Escola Municipal Infantil Educador Paulo Freire, em Bento Gonçalves (RS), consomem alimentos frescos e saudáveis na merenda escolar. A escola não é um caso isolado. Em Bento Gonçalves, a agricultura familiar fornece 90,5% da merenda das escolas municipais.
Hoje, o cardápio com produtos mais frescos e comprados de produtores locais beneficia cerca de 9,2 mil alunos em 44 escolas de ensino infantil e fundamental, além de duas entidades filantrópicas. O processo de compras dos agricultores familiares da região aumentou gradativamente. Em 2010, o município comprava 30%. Em dois anos, a compra duplicou, chegando a 67%.
De acordo com a legislação, as escolas em todo o país devem destinar pelo menos 30% dos recursos para compras da agricultura familiar. A merenda escolar brasileira foi destacada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como um dos fatores importantes para a saída do Brasil do Mapa da Fome, há um ano. Todos os dias, no país, 43 milhões de crianças e adolescentes se alimentam na escola – um número maior do que a população da Argentina.
Após a saída do Mapa da Fome, o Brasil enfrenta novos desafios, como o combate à obesidade e ao sobrepeso. E uma das metas do governo federal é aumentar o consumo de alimentos saudáveis.
A rotina na escola Paulo Freire é um exemplo de como a compra de produtos da agricultura familiar contribui para a melhora da alimentação de crianças e jovens em idade escolar. Lá, os 149 alunos – entre 0 e 6 anos – aprenderam a gostar de frutas, como abacaxi, maracujá e outras da estação. Antes, eles só comiam banana e maçã na merenda. “As crianças gostam da merenda; adoram o suco. Os produtos são muito bons”, conta a diretora Inês Terezinha Giacomini.
Para ajudar as crianças a entenderem a importância da boa alimentação, a escola aderiu ao programa municipal que desenvolve hortas na escola. Na Paulo Freire, os alunos começaram em maio deste ano a desenvolver essa ação. No projeto, as professoras dão palestras sobre alimentação saudável e agricultura familiar. E os alunos têm a oportunidade de visitar a feira agroecológica para conhecer os alimentos.
“Nossas crianças estão muito empolgadas, pois conheceram o processo do plantio e viram as frutas frescas. Depois da feira, eles foram pra cozinha e fizeram salada de frutas e sopa. Com todo esse processo, a alimentação melhorou ainda mais”, destaca. As ações da escola também incentivam os pais. “Quando os pais vêm buscar as crianças na escola, elas começam a contar o que comeram e o que fizeram na horta. É muito interessante de ver.”
Economia - Segundo a nutricionista da prefeitura de Bento Gonçalves Renata Geremia, a economia local mudou graças às compras da agricultura familiar para a merenda. “Antes, comprávamos de fornecedores de outros lugares e o dinheiro não ficava aqui. Agora, com os alimentos vindos daqui da região, o capital fica na cidade e movimenta nossa economia.”
Ela conta que os agricultores da região criaram uma associação e se organizaram para garantir a entrega de produtos de qualidade para a merenda escolar. A entidade reúne 40 famílias que vendem hortifruti e produtos da agroindústria, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “É muito gratificante para a nossa profissão ver a preocupação que o nosso município teve de garantir alimentação saudável para as crianças. Estamos plantando uma sementinha. E que esse conhecimento passe para outras cidades.”
Informações sobre os programas do MDS:0800-707-2003mdspravoce.mds.gov.br
Excelente! Podemos sonhar em replicar esta experiência no ES . Mais saúde para nossos educandos, mais sustentabilidade para as famílias do campo!!
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