sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Assentados do Alambari têm renda maior que moradores rurais da capital de Mato Grosso do Sul

Publicado dia 25/09/2015
 
No município de Sidrolândia, situado a 70 quilômetros da capital Campo Grande, região leste de Mato Grosso do Sul, a renda per capita de um grupo de 589 famílias residentes no Projeto de assentamento Alambari, é destaque na reforma agrária. Lá, a renda média per capita dos domicílios do Projeto de Assentamento Alambari, no município de Sidrolândia, é de R$ 565,77, valor superior ao rendimento médio per capita dos domicílios rurais desse município, que é de R$ 449,97 e até mesmo o dos domicílios rurais de Campo Grande, que chega a R$ 516,12. O que equivale a dizer que no assentamento Alambari a renda média por pessoa é 9,6% maior do que a renda média por pessoa na zona rural de Campo Grande, chegando a 25,7% maior se comparado à renda média por pessoa da zona rural de Sidrolândia.
 
Os dados constam de relatório Diagnóstico das Ações do Incra/MS encaminhado à Presidência da autarquia. O trabalho concluído esta semana incentiva a realização de novas pesquisas do gênero em todos os 202 assentamentos da reforma agrária no Estado. Segundo o superintendente do Incra/MS, Sidney Ferreira de Almeida, o maior ganho é o sentimento que essas famílias têm de pertencerem a uma classe produtora, de estarem contribuindo para colocar na mesa dos brasileiros os alimentos de quelas necessitam. “Esse ganho é mais que econômico. É o orgulho de se sentirem cidadãos, com todos os atributos que esse termo pode conter”, disse.
 
No assentamento Alambari grande parte das famílias já está na fase de estruturação produtiva. Algumas destas, com expressivo volume de produção, a exemplo de um grupo de 18 produtores cujas rendas somadas superam os R$ 70 mil por mês, comercializando uma produção que supera os 980 litros de leite por dia e 380 caixas de hortaliças frescas por semana - produtos que abastecem a agroindústria local, feiras do município, Ceasa em Campo Grande e fornecendo também para os Programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
 
De acordo com os dados apresentados pelos serviços de Assistência Técnica prestadas às famílias do Alambari, 39% da renda média total vem da produção auferida nos lotes (hortaliças, legumes, frutas, leite, etc.), o que resulta em uma renda média per capita de R$ 351,25 somente com a venda de produtos oriundos dos próprios lotes. As demais fontes de renda incluem serviços prestados a vizinhos dentro da área do próprio assentamento, trabalhos esporádicos em outras propriedades fora do assentamento (diárias prestadas), renda de aposentadorias e outros benefícios governamentais.
 
Acampados
Levantamento realizado pelo Incra aponta que a renda média das famílias do assentamento Alambari na época de acampados era de R$ 298,05, sendo a per capita de R$ 64,55, o que classificava essas famílias na condição de extrema pobreza, portanto, abaixo dos R$ 70,00 mensais, conforme afirma o Decreto n.º 7.492/2011. A evolução da renda per capita se comparada às condições de hoje, depois de assentadas, chega a um incremento de mais de 800% na renda média por pessoa da família, o que mostra que elas não apenas deixaram de pertencer à faixa de extrema pobreza, como foram elevadas a patamares superiores aos da zona rural do município.
 
Gilson Lins Caetano e a esposa Dirce Oliveira, assentados do Alambari CUT, comemoram a ascensão sócio-econômica. “Antes, a gente trabalhava para as outras pessoas. Não tinha oportunidade, não tinha um pedacinho de terra para trabalhar. Hoje, a gente não é empregado, a gente trabalha pra gente mesmo”, afirma Dirce.
 
Alambari
Com área total de 8.068 hectares, o projeto de assentamento Alambari foi criado no final de 2005 em decorrência da obtenção da então fazenda Alambari. Foi dividido em três glebas para abrigar os assentados dos movimentos sociais da Federação da Agricultura Familiar (FAF), Central Única dos Trabalhadores (CUT-Rural) e da Federação da Agricultura Familiar (Fetagri).
 
Sidrolândia, localizada a 70 quilômetros da capital, é o município de Mato Grosso do Sul com maior número de assentamentos, (23), e famílias assentadas (4.392).
 
Assessoria de Comunicação Social do Incra/MS
(67) 3320-3811
http://www.incra.gov.br/ms

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