quarta-feira, 2 de setembro de 2015

AGORA QUE O ESTOQUE DE CAFÉ É CONHECIDO, QUAL O FUTURO DOS PREÇOS?

A CONAB divulgou, no dia 31/08/2015, os estoques privados de café, tomando por base 31.03.2015.
Eram 14.369.047 sacas, sendo que 3,2 milhões são de exportadores, 1,8 milhões pertencem a indústria de torrefação e solúvel, 5,5 milhões nas cooperativas e 3,8 milhões em outros agentes (produtores etc.).
Tomando por base esses números, o volume disponível para suprir mercado interno e exportações é de 9,3 milhões de sacas em mãos de cooperativas e outros agentes.
Pelo relatório do CECAFÉ foram exportadas, de abril a junho/2015, 8,8 milhões de sacas.
O consumo interno gira em torno de 1,75 milhão de sacas/mês, perfazendo no período de abril a junho/2015 cerca de 5,25 milhões de sacas.
Somando a exportação com o consumo interno teremos um total de 14,050 milhões de sacas que desapareceram dos estoques, ou seja, 97.78% dos estoques de março/2015.
Diante desse quadro fica evidente de que a probabilidade de o Brasil suprir o mercado interno e externo na safra que se iniciou em julho/2015 será com uma oferta muito curta e com grande dificuldade em atender os compromissos firmados.
Se isso é verdade, porque os preços não estão reagindo?
Uma resposta pode ser a que os players internacionais não estão mais olhando para essa safra e sim para a que virá, sempre com uma visão otimista de que a próxima florada será extraordinária, vai chover na hora certa, as lavouras serão adubadas e manejadas corretamente e que teremos uma safra de 60 milhões de sacas. Portanto, nada justificaria um realinhamento de preços no presente.
Outra resposta pode ser a desvalorização do real que aumenta a receita na moeda nacional e por isso os preços nas bolsas se mantém nos níveis atuais.
Quem tem razão? E o que fazer nessa hora?
Para quem produz a estratégia certa é sempre estar na ponta vendedora, já que para honrar seus compromissos o que vale é a moeda sonante e não o café no armazém. Café guardado só é dinheiro se for vendido.
Acredito que teremos uma reação tão logo os exportadores comecem a perceber que a safra que está no final da colheita estará mais próxima na previsão da Fundação PROCAFÉ do que das corretoras internacionais. Assim, na hora que reagir venda e realize seu lucro e aproveite para garantir preços remuneradores que surgirão para entrega em setembro/2016.
Em setembro/2014 estive no Cerrado mineiro e numa palestra apresentei dados que mostravam que a hora de vender tinha chegado, porque tínhamos preços de R$ 500,00 a R$ 520,00, com dólar comercial de R$ 2,416.
Hoje, mantenho a mesma premissa de que teremos sim uma recuperação nos preços por conta dos compromissos dos exportadores, mercado interno e pela redução dos estoques que é notória.
Produtor que especula e retém estoques sempre perde. Pense nisso

Janio Zeferino da Silva
Consultor em Agronegócios
Diretor de Operações do SICOOB Brasília 
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