terça-feira, 15 de setembro de 2015

Recuperação do mercado de lácteos não deverá ocorrer antes de meados de 2016


postado há 1 dia atrás

O crescimento implacável na produção de leite e os fortes estoques continuarão pesando sobre o mercado global de lácteos, evitando uma recuperação significativa dos preços até meados de 2016, de acordo com o vice-presidente executivo de estratégia e perspectivas para o Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC, da siga em inglês), Marc Beck. “Nós definimos ‘recuperação’ quando os preços do leite em pó integral retornarem a US$ 3.000 a tonelada em uma base sustentável”, disse ele.

Os preços do leite em pó integral na Oceania estão atualmente em uma faixa de US$ 1.850-US$ 2.200 a tonelada, de acordo com o Dairy Market News, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os principais direcionadores responsáveis pelo excedente de leite em 2015 – maior produção e menores importações da Rússia e da China – colocará um volume adicional de 13 milhões de toneladas de leite no mercado mundial no último ano, explicou Beck.

“Para os 12 meses que terminaram em junho de 2015, a produção de leite dos cinco principais exportadores de lácteos – UE-28, Nova Zelândia, Estados Unidos, Austrália e Argentina – foi 5,6 milhões de toneladas maior do que no ano anterior. As importações da China caíram em cerca de 4,6 milhões de toneladas, em equivalente em leite, e as importações russas caíram outras 2,8 milhões de toneladas, também em equivalente em leite. Assim, trata-se de um aumento líquido na oferta de 13 milhões de toneladas de leite, que o resto do mundo está sendo incapaz de absorver”. A previsão é para contínuo enfraquecimento à medida que a oferta lentamente se reequilibra.

“A produção de leite no mundo continua aumentando”, disse Beck. A produção dos cinco maiores exportadores de lácteos aumentou mais de 2% no segundo trimestre. “Esperamos que a produção aumente de 1% a 2% na segunda metade do ano também”. Enquanto isso, a produção de leite na China deverá aumentar cerca de 4% nesse ano. Esse excedente de leite está sendo desviado para a produção de leite em pó, que está se acumulando no estoque, disse Beck. “Ninguém sabe ao certo, mas vimos estimativas de que a China poderá ainda colocar de 300.000 a 400.000 toneladas de leite em pó em estoque”.

“A bolha de compra da China representou uma falsa demanda em 2013-14”, disse Beck. “Durante esse tempo, as importações da China ficaram acima da tendência e muito acima das tendências de produção de leite. Agora, essas importações estão abaixo da tendência, mas a produção de leite continua com tendência de crescimento”. Enquanto a China trabalha na redução de seus estoques e os exportadores reduzem sua oferta de leite, o ambiente competitivo para os exportadores de lácteos dos Estados Unidos continuará muito desafiador – especialmente porque os preços para queijos e manteiga nos Estados Unidos ainda estão com um premium com relação aos indicadores mundiais de preços.

“O queijo dos Estados Unidos ficou com um preço 25% maior e o da manteiga ficou 80% maior do que o que a nossa concorrência está cobrando. E, é claro, historicamente, as exportações dos Estados Unidos declinam quando os preços no país estão maiores”. Como resultado, os volumes de exportação deverão declinar nesse ano pela primeira vez desde 2009, previu ele.

A reportagem é do USDEC, traduzida pela Equipe MilkPoint.
 

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