quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Trabalhadoras rurais vão impulsionar produção de fitoterápicos e plantas medicinais nos assentamentos

Publicado dia 08/10/2015
Foto: José Adriano de Souza
Formar um exército de mulheres com condição de atuar como agentes comunitárias de saúde, capazes de trabalhar com fitoterápicos e administrar verdadeiras farmácias vivas dentro dos assentamentos da reforma agrária. Essa é uma das metas ambiciosas que o Incra assumiu com base em um Acordo de Cooperação Técnica firmado com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta terça-feira (6), no Rio de Janeiro.
Segundo a presidente do Incra, Maria Lúcia Fálcon, durante a Marcha das Margaridas, ocorrida em agosto passado, em Brasília, as lideranças das mulheres agricultoras de todo o Brasil cobraram a inclusão delas como protagonistas da atividade da produção de saúde. A proposta do Incra foi pensada juntamente com essas mulheres.
“São quase 10 mil assentamentos do Incra em todo o País. Se em cada um deles, cinco mulheres forem capacitadas com essa visão de agente comunitária de saúde, teremos 50 mil mulheres assentadas com diploma e sabedoria popular para mudar a realidade, uma vez que nossos assentamentos estão longe dos hospitais”, disse a presidente.
O objetivo do Incra inclui ainda a criação de sete fábricas de produção de fitoterápicos e plantas medicinais, sendo duas na Amazônia, duas no Nordeste, uma no Sudeste, uma no Centro Oeste e a última no Sul.
“A Fiocruz entrará com seu conhecimento acumulado, ajudando a estruturar projetos técnicos de unidades produtivas e de laboratórios de controle de qualidade para produção de plantas medicinais. E o Incra virá com a sua capilaridade, nesses mais de 88 milhões de hectares que nós administramos, levando em consideração o conhecimento local os diferentes biomas”, afirmou Lúcia.
Cerimônia
A cerimônia de assinatura do acordo contou com a participação do ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Patrus Ananias, e do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.
De acordo com o ministro, o MDA tem buscado cada vez mais somar esforços com outras políticas públicas para fazer dos espaços da agricultura familiar lugares bons para se viver. “Queremos que as nossas crianças e os nossos jovens desejem permanecer no campo e, para isso, precisamos ter políticas públicas na área da educação, da cultura, com espaços para atividades esportivas e convivência comunitária e inclusão digital, e também integração com a saúde, daí a importância dessa cooperação com a Fiocruz”, destacou o ministro.
Patrus também destacou que o acordo se insere na visão ministerial de olhar o espaço rural na perspectiva dos territórios, entendendo estes como espaço de integração das diversas políticas públicas disponíveis. “No Brasil, quase cinco mil municípios têm menos de 50 mil habitantes, são municípios rurais. Se considerarmos esses municípios, a populações rural brasileira iria para cerca de 38% da nossa população. Portanto, temos de pensar na dimensão do território, integrar esses municípios como espaços possibilitadores de uma vida melhor, mais saudável, com mais desenvolvimento, esperança e segurança no meio rural”, explicou.
O presidente de Fiocruz, Paulo Gadelha, lembou o histórico consolidado da instituição no trabalho com o tema da agroecologia e dos efeitos nocivos do uso de agrotóxico. Um dossiê recente elaborado pela Fundação em parceria com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) sobre o efeito dos agrotóxicos tem sido usado como referência internacional nesse debate. Ele também destacou a linha de atuação que visa estimular o uso de fitoterápicos no Brasil.
“O Brasil tem uma possibilidade imensa para uso de fitoterápicos, seja na forma de uso in natura, com a criação de cadeias produtivas, seja agregando valor a essa produção, abrindo caminhos para criação de unidades mais estruturadas. Nesse sentido, vejo esse acordo com algo positivo para o campo da saúde”, concluiu Gadelha.

Assessoria de Comunicação Social do Incra/RJ
(21) 2224-3346
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