segunda-feira, 20 de julho de 2015

DF: Segurança alimentar cresce e novo desafio é promover alimentação saudável

20/07/2015 15:43
Chega a 86,7% o percentual de domicílios com acesso regular e permanente
 a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente
Brasília, 20 – O percentual de domicílios do Distrito Federal em situação de
 segurança alimentar cresceu 10% entre 2009 e 2013. Nesse ano, 86,7% do 
total de famílias tiveram acesso regular e permanente a alimentos de qualidade
 e em quantidade suficiente e não se sentiam na iminência de sofrer restrição
em futuro próximo. A quantidade de moradias nessa situação é maior que o 
verificado para o Brasil, que alcançou 77,4% e teve crescimento de 10,9% no mesmo período.

  
san-df-17072015.pnginsan-df-17072015.png


Governo e sociedade civil estão discutindo a política de segurança alimentar do 
Distrito Federal durante a 4ª Conferência Distrital de Segurança Alimentar e 
Nutricional. A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza
Campello, participou da abertura do evento, nesta segunda-feira (20), e ressaltou 
que o esse encontro dá início ao cronograma de Conferências Estaduais. “Serão
 27 conferências, contando com essa, que culminarão na 5ª Conferência Nacional
 de Segurança Alimentar, que será realizada entre 3 e 6 de novembro.”

O DF se destaca pela forte redução dos domicílios em situação de insegurança 
alimentar moderada (onde a família tem a percepção de haver uma ruptura nos 
padrões alimentares dos adultos) ou grave (quando essa ruptura chega às crianças 
ou há a situação de fome). Entre 2009 e 2013, houve queda de 43,6% no percentual 
de moradias em uma dessas condições, restando apenas 3,5% que se identificavam
 dessa maneira. Em todo o país, a redução foi de 32,2%.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) 2013, do Instituto
 Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstram o sucesso da estratégia 
brasileira de combate à fome. Em 2014, o país deixou o Mapa da Fome da Organização
 das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e o relatório de Segurança 
Alimentar da FAO de 2015, recém-divulgado, reafirmou os avanços. “O Brasil pode
 comemorar hoje ter saído do mapa da fome, pois em 2003, 10% da população 
brasileira passava fome e com políticas de combate à fome esse número reduziu
 para 1,7%”, explica a ministra.

A situação é consequência da decisão do governo federal que, em 2003, definiu
 a superação da fome como principal desafio do país. As políticas foram desenvolvidas
 em articulação dos três níveis de governo, com participação efetiva de entidades e 
representantes da sociedade civil. “Nós conseguimos essa vitória com políticas de
 melhoria de renda para a população, como o Bolsa Família e aumento do salário 
mínimo, com merenda escolar e com ações de fortalecimento da agricultura familiar”, 
acrescenta Tereza.

Vida saudável – Superada a fome como problema estrutural, o Brasil enfrenta novos 
desafios para assegurar a segurança alimentar da população. Hoje, a qualidade dos 
alimentos que chegam à mesa da população, o combate ao sobrepeso e à obesidade 
(decorrentes da má alimentação) e a redução da insegurança alimentar e nutricional de 
grupos populacionais específicos estão na agenda prioritária do país, que acompanha a
 transição nutricional em curso no mundo.

Dados do Ministério da Saúde relacionados a indicadores alimentares nas capitais brasileiras
 (Vigitel, 2014) apontam que, no Distrito Federal, 50% da população adulta encontra-se com 
excesso de peso e 19% consome refrigerantes em cinco ou mais dias da semana (a máxima
 registrada nas capitais é de 29% e a mínima, de 7%).

Um dos desafios é reduzir o consumo de alimentos processados e ultraprocessados, alcançar
 a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o consumo de frutas e 
hortaliças (400 gramas/dia) e dar prioridade ao consumo de preparações feitas com alimentos
 in natura e minimamente processados, como o tradicional arroz com feijão. A nova agenda 
prioriza a melhoria da qualidade da alimentação, por meio da oferta de alimentos mais
 saudáveis, diversificados e que respeitem a cultura alimentar local.

Para enfrentar estes novos desafios, o governo federal está reforçando a articulação de 
um conjunto de políticas intersetoriais, ampliando as políticas de inclusão produtiva rural
 da população, com ações para fortalecer a produção, o abastecimento e a comercialização
 dos alimentos, além da consolidação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e 
Nutricional (Sisan).

Entre elas, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), cujo percentual mínimo
 de alimentos da agricultura familiar é de 30% e o Programa de Aquisição de Alimentos 
(PAA), que adquire produtos da agricultura familiar – em geral a partir da produção local 
– e os distribui entre a população em situação de vulnerabilidade. No Distrito Federal, o
 Papa-DF, programa criado nos moldes do PAA, tem ampliado este tipo de aquisição.

O mesmo ocorre com as compras governamentais, feitas por meio da modalidade Compra 
Institucional, do PAA. Criado em 2012, o modelo permite que municípios, estados e órgãos
 federais comprem - com recursos financeiros próprios - produtos da agricultura familiar de 
forma simplificada e segura, por meio de chamadas públicas, com dispensa de licitação. “O
 DF tem a vantagem de ter um cinturão de agricultores familiares aqui no entorno e a vantagem
 também de ter muitos órgãos federais. Tenho certeza que será um exemplo para outras 
unidades da federação seguirem esse caminho”, destaca Tereza.

Em 2014, o Ministério da Defesa inovou, ao adquirir alimentos da agricultura familiar para 800 
refeições diárias servidas nos restaurantes dos edifícios sedes, na Esplanada dos Ministérios.
 Em 2015, a Defesa e os Comandos da Marinha, Exército e Aeronáutica lançaram aviso de 
chamada pública para adquirir 1,85 mil toneladas de alimentos para os restaurantes das Forças
 Armadas. O Quartel General do Exército Brasileiro, por exemplo, serve 4.500 refeições diárias.

Uma nova medida anunciada no Plano Safra da Agricultura Familiar 2015/2016 determina que,
 a partir de agora, os órgãos federais (administração direta e indireta) deverão destinar, no 
mínimo, 30% dos recursos aplicados na aquisição de alimentos para a compra de produtos 
da agricultura familiar. Com isso, os agricultores familiares terão um mercado potencial de 
mais de R$ 1,3 bilhão em todo o país, segundo levantamento feito pelos ministérios do
 Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e do Planejamento, Orçamento e Gestão. 
Os produtos serão adquiridos pela modalidade Compra Institucional do PAA.

Informações sobre os programas do MDS:
0800-707-2003
mdspravoce.mds.gov.br

Informações para a imprensa:
Ascom/MDS
(61) 2030-1021
www.mds.gov.br/saladeimprensa

Nenhum comentário:

Postar um comentário