sexta-feira, 10 de julho de 2015

Educação em agroecologia melhora a vida de jovens do campo em PE

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sexta-feira, 10 Julho, 2015 - 10:00
Ubirajara Machado/MDA
Jovens apreendem técnicas de produção orgânica
No interior de Pernambuco, a formação em agroecologia amplia o horizonte dos jovens e fortalece a ligação com o campo e a produção sustentável. Em Glória do Goitá, jovens agricultores apreendem técnicas e tecnologias sociais em um dos núcleos de ensino do Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta). 
“Aqui temos um aprendizado diferente, uma educação popular que valoriza a realidade da agricultura, o contato com a natureza. Apreendemos e aplicamos na prática tecnologias viáveis”, conta Ozéias José Barbosa, um dos estudantes da instituição. “Quando plantamos uma produção orgânica, a gente se preocupa mais com a saúde e com a qualidade dos alimentos que estamos produzindo do que com o lucro”, explica, ao defender a produção de alimentos saudáveis.
Com uma metodologia de alternância, onde os educandos passam uma semana no Serta e três em casa, aplicando os conhecimentos acumulados no curso e pesquisando a história e as necessidades de sua comunidade, a formação em agroecologia privilegia a troca de saberes e experiências. 
Com dois campi, em Ibimirim e Gloria do Goitá, ambos em Pernambuco, o Serta já formou mais de três mil jovens no curso de Formação de Agentes de Desenvolvimento Local. A formação é reconhecida como curso profissionalizante de nível médio pelo Ministério da Educação. 
Para Roberto Mendes, um dos educadores do Serta, a capacitação permite aos jovens pensar formas de melhorar o mundo. “Pensar a agricultura como um todo, com todos os parceiros, levando em conta os saberes que podemos extrair da natureza, impulsiona os jovens e ver a riqueza da agroecologia, da permacultura. Isso amplia os horizontes e, com certeza, melhora a vida deles e das comunidades”.
Tecnologias sociais
Em um rico espaço de demonstração de tecnologia, conhecido como Unidade Pedagógica Produtiva de Orgânicos, os educandos têm a oportunidade de conhecer na prática diversas técnicas para a implementação de tecnologias de baixo custo que melhoram a vida nas propriedades rurais. 
A unidade é dotada, por exemplo, de biodigestores que utilizam o estrume dos animais para gerar gás metano, que substitui o gás GLP no fogão. Também possui aquecedores solares de baixo custo feitos com canos de PVC e garrafas de refrigerante.
“As inspirações não estão só em copiar tecnologias, mas como se inspirar no que a natureza faz para poder produzir, criando espaços humanos de forma sustentável”, afirma Ozéias, ao lembrar que tecnologias ensinadas na instituição são fruto da troca de saberes e da construção coletiva. “Podemos ter aprimorado uma ou outra coisa, mas tudo aqui é fruto da troca de saberes, de uma construção coletiva de alternativas para o produtor rural.”
Organizar a produção
Outra prática que os educandos apreendem e podem levar para suas comunidades é a de organizar as propriedades rurais em zonas de produção - a mais próxima da casa como responsável pela produção de alimentos consumidos na residência, e as mais distantes destinadas ao uso de culturas perenes e à criação de animais.
De acordo com Mendes, esse tipo de abordagem reduz as distâncias e o esforço para a produção dos alimentos. “Se tu faz uma horta há 100 metros de casa e tu vai nela três vezes ao dia, só ai são 600 metros para ir e vir. Em um ano, o agricultor vai andar mais de 150 quilômetros só para cuidar de uma horta, por isso, é importante pensar a organização e distribuição da casa, da horta e das produções”, diz.
Para conhecer mais sobre o trabalho do Serta, a oferta de cursos e vagas acesse o site da instituição.
Mateus Zimmermann
Ascom/MDA
Foto: Rômulo Serpa/MDA
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