segunda-feira, 20 Julho, 2015 - 18:30
Parecia até um casamento, com direito a alianças, fotos e festa. E foi isso mesmo que aconteceu. Com um anel feito da semente de tucum, uma palmeira nativa da Amazônia, foi reafirmada a união entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Movimento dos Trabalhadores Camponeses (MTC). O grupo veio apresentar, ao ministro Patrus Ananias, na tarde desta segunda-feira (20), questões ligadas ao movimento e aos agricultores familiares em geral. Símbolo do compromisso com os pobres, o anel de tucum, identidade do Movimento e há anos usado pelo ministro, reforça a luta do MDA pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais.
Além disso, o compromisso com a reforma agrária e questões mais específicas do MTC, como assistência técnica, agroindústria e plantas medicinais, foram apresentadas ao ministro, que mostrou sensibilidade à causa. "Dentre as prioridades do Governo, estão o assentamento das famílias acampadas e a transformação desses assentamentos em espaços produtivos, autossustentáveis e que sejam também espaços de vida", comentou Patrus. Ele também afirmou que o cooperativismo e a agroindústria estão entre os pilares de trabalho do ministério. “Com o cooperativismo, queremos superar o individualismo. Com a agroindústria, queremos agregar valores à produção dos trabalhadores”, disse.
O diretor nacional do Movimento, Adriano Ferreira, mostrou-se satisfeito com a receptividade do ministro. “A gente percebe que o ministro Patrus Ananias tem se posicionado em defesa da reforma agrária, em defesa dos pobres, dos trabalhadores e trabalhadoras do campo”, elogiou. “Viemos dialogar com o Governo, para reforçar a nossa luta em defesa do território camponês, em defesa da vida. O campo é um lugar de viver, mas é também um local de trabalho, de ter vida com dignidade”, finalizou.
Plantas que curam
Os jovens e mulheres também foram contemplados no encontro. Mirian Jorge de Almeida, representante do município baiano de Antônio Cardoso (pertencente à área de Expansão Metropolitana de Feira de Santana), veio mostrar que o trabalho das mulheres do Movimento com plantas medicinais é grande e merece atenção. “Gostaríamos de um olhar específico por parte do Governo e dos ministérios ligados a essa causa, para que consigamos produzir e comercializar essas plantas medicinais, pois a eficiência delas já é comprovada por alguns fitoterápicos. Alguns até já são vendidos nas farmácias, mas queremos uma abrangência maior”, comentou.
Mirian explicou que as mulheres trabalham com uma infinidade de plantas, que vão desde a folha das frutas, como a da goiaba, até as mais específicas, como mastruz e erva cidreira. “O resultado que elas produzem no organismo, de acordo com os sintomas, é muito eficaz”, garantiu.
Mirian aproveitou para ressaltar a importância do anel de tucum. “Nós, do movimento social, temos um símbolo, que é o anel de tucum. É um símbolo muito forte para a gente. Quando chegamos aqui, já reparamos que o ministro estava usando um. Tivemos alguns ritos pela manhã de entrega de anel, mas aqui a gente não precisou. A manifestação foi da parte dele, ele entende a história do anel, a história social por trás dele. Ele, junto com o movimento social, também usa esse anel, porque ele também sabe dessa importância”, assegurou ao realçar que este não é um anel que se usa por usar, “é um compromisso, é um casamento com o movimento social.”
Para ela, o ministério está atento há muito tempo às causas apresentadas no encontro. “Como eu sei disso? Porque a nossa pauta já era a pauta dele. Isso é muito forte”, argumentou Mirian.
Jalila Arabi
Ascom/ MDA
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