10/07/2015 12:20
Beneficiárias devolvem cartão do Bolsa Família por melhorarem de vida e tem direito
ao retorno garantido. Criado a partir do Plano Brasil Sem Miséria, mecanismo facilita
que famílias voltem a receber o benefício caso percam a renda e retornem à situação
de pobreza ou extrema pobreza
Brasília, 10 – Em Santa Rita do Araguaia (GO), a dona de casa Mabiane Alves Pereira, de
32 anos, surpreendeu a gestão do Bolsa Família ao fazer a devolução do benefício no início
do mês de julho. Este foi o primeiro caso na cidade. O marido, Gelson de Oliveira Gomes,
foi contratado recentemente como operador de caldeira júnior, com carteira assinada. Ela
recebia R$ 182 por mês. “Eu devolvi porque minha renda deu uma melhorada. Se eu
Divulgação/Prefeitura de Santa Rita do Araguaia
A segurança de Mabiane em fazer a devolução do cartão é mecanismo de desligamento
voluntário, criado em 2011, com o Plano Brasil Sem Miséria. Durante três anos, ela pode
retornar imediatamente a receber o Bolsa Família se precisar novamente. “Ela teve consciência
diante da situação. Ela entendeu a importância da devolução”, conta a gestora do Bolsa Família
no município, Walnice Maria de Lima.
Mabiane é mãe de duas meninas e um menino. Eles contam com proteção social garantida
pelas políticas públicas do governo federal. O filho recebe o Benefício de Prestação Continuada
(BPC) e tem acompanhamento de fisioterapeuta pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Campanha – Em Campo Maior (PI), a prefeitura municipal iniciou uma campanha de
conscientização, em março, voltada principalmente para os beneficiários que se formalizaram
no mercado de trabalho, a partir de profissionalização da população pelo Programa Nacional
de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e formalização como microempreendedores
individuais. “A campanha de conscientização é para que as pessoas emancipadas voluntariamente
devolvam o Bolsa Família, para que outras pessoas em extrema pobreza possam acessar
esse benefício”, afirma a secretária municipal de Assistência Social, Conceição Lima.
Até o momento, já foram 30 devoluções voluntárias no município nordestino. A gestante
Gardene Maria Soares dos Santos faz parte deste grupo. Mensalmente, a família recebia
uma complementação de R$ 77. Durante uma das reuniões do serviço de convivência e
fortalecimento de vínculos do Centro de Referência da Assistência Social (Cras), ela
entendeu as regras do programa e decidiu devolver o benefício antes da próxima revisão
cadastral. O marido, Francisco das Chagas Sobrinho Júnior, passou em concurso público
municipal para trabalhar como vigilante. “O dinheiro do Bolsa Família ajudava a pagar a
gua e a luz. Embora eu precise, tem gente que precisa mais, por isso fui lá e cancelei”, conta.
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domingo, 12 de julho de 2015
"Se eu precisar de novo, as portas estarão abertas"
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